Coluna de hoje na Folha
Manso, mas bravo na tribuna
Políticos das mais diversas tendências foram, ontem, ao velório do ex-deputado José Carlos Guerra, na Assembléia Legislativa. Irmão do senador Sérgio Guerra, José Carlos era um homem de alma pura, humanista, um “ladrão” de afetos. Doce, de papo refinado, intelectual de rara sensibilidade, era, ao mesmo tempo, um político comprometido com as lutas sociais, combativo e altivo.
Por onde passou, deixou uma legião de amigos e fãs. Apaixonado pela vida pública, José Carlos Guerra passou parte da sua maturidade lutando contra um avançado processo de diabetes, que o deixou, mais tarde, cego. Mesmo sem visão, Guerra se informava de tudo que se passava no mundo da política, auxiliado por terceiros. Viveu os últimos dois anos de vida vegetativa em cima de uma cama na casa do irmão Sérgio, em Piedade.
Ontem, seu estado de saúde se agravou, foi levado para um hospital em caráter de emergência, vindo a falecer nas primeiras horas da manhã de hoje. José Carlos Guerra era manso no convivo, mas bravo na tribuna. Conciliador por natureza, mas também firme e irredutível naquilo que julgava verdadeiro. Poucos como ele tinham tanto zelo pela coisa pública. Deixa, assim, um grande vácuo, mas com a certeza de que cumpriu com honradez o tempo que Deus lhe deu nessa efêmera passagem terrestre.
O CONSELHEIRO – Sérgio Guerra estava inconsolável, ontem, ao lado do caixão no velório do irmão, o ex-deputado José Carlos Guerra. Embora irmãos, Sérgio e José Carlos tinham temperamentos antagônicos e visão distinta do mundo. Mesmo assim, o senador tinha no irmão um conselheiro fiel e amigo. Foi nas horas de grandes conflitos internos e incertezas que Sérgio pôde clarear seus horizontes à frente em razão do discernimento do irmão e da forma diferente dele de enfrentar as adversidades.
Duelo de gigantes - Ninguém em Petrolina arrisca um palpite quanto ao resultado da convenção do próximo domingo, na qual o prefeito Odacy Amorim e o deputado Gonzaga Patriota vão medir forças dentro do PSB na disputa pela indicação do candidato oficial à sucessão municipal.
Missão queijo de minas - O governador Eduardo Campos tem encontro agendado esta semana com o seu colega de Minas, Aécio Neves. Nada, no entanto, relacionado à sucessão presidencial de 2010. O que estará na pauta é o impasse surgido em Minas com a aliança PSB-PSDB-PT em torno da candidatura do ex-ministro Márcio Fortes, filiado ao PSB. Eduardo vai a Minas em missão delegada pelo presidente Lula.
Mulher na vice - O ex-secretário de Articulação Política, Ettore Labanca, candidato a prefeito de São Lourenço pelo PTB, fechou, ontem, a sua chapa com a professora Íris Moura, do PRTB, na vice. Ela abriu mão de disputar o poder municipal em faixa própria e chega, assim, pela sua credibilidade, como um grande reforço à aliança.
Ciúme de macho - No São João de Caruaru, o maior e mais autêntico do Nordeste, está proibido falar no nome do ex-prefeito Tony Gel (DEM), que coordenou o evento nos últimos sete anos. A proibição velada é do prefeito Neguinho Teixeira (PSDB), que brigou com o antecessor. Artistas desavisados e amigos de Gel levaram pito.
Curtas
PRESTÍGIO – O deputado Wolney Queiroz (PDT) deu uma demonstração de prestígio ao atrair para o seu forrobodó, sexta-feira passada, grandes nomes da política estadual, entre eles o vice-governador João Lyra e o prefeito do Recife, João Paulo.
NOTA 10 – Já o deputado José Queiroz, pai de Wolney, deu uma lição de civilidade política ao comparecer ao almoço que a deputada Miriam Lacerda, esposa de Tony Gel e, portanto, principal adversário dele, organizou, sábado, no Pátio do Forró.
CIDADÃO – A Câmara do Recife entrega, na próxima quinta-feira, o título de cidadão ao companheiro Ivan Ferraz, grande compositor, cantor e apresentador do programa Forró, verso e viola. Trabalhei com Ivan no Ipa. É uma grande figura.
' Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser o dia perfeito'. (Provérbios 4-18)
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