Coluna de hoje na Folha
A marolinha chegou ao caixa
O presidente Lula sentiu na pele, ontem, a primeira fisgada da crise financeira internacional, que taxou de marolinha. A arrecadação de impostos, taxas e contribuições federais caiu 1,85% no mês passado. Em números reais deixaram de entrar nos cofres públicos R$ 3,35 bilhões em relação à meta prevista. Também pela primeira vez, o Governo não arrecadou o que previa.
A chamada arrecadação líquida, já devidamente descontadas as restituições, desonerações e a contribuição previdenciária foi 8,5% menor do que a meta prevista no decreto de programação orçamentária e financeira. Previa-se recolher R$ 39, 675 bilhões em tributos, mas foram pagos R$ 36, 321 bilhões.
A maior diferença se deu na receita com Imposto de Renda e CSLL – a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Na ponta do lápis, são R$ 2, 086 bilhões a menos do que os R$ 17, 199 bilhões previstos. A origem da queda, se Lula ainda duvida dos efeitos da marolinha, está nas instituições financeiras, que sangram com a crise.
Os bancos, que deram um freio no crédito, por exemplo, foram os responsáveis pela maior queda no recolhimento de impostos. A única vez em que o Governo Lula teve de lidar com queda de receita foi em 2003, mas em circunstâncias muito diferentes das atuais. E olha que a crise ainda não chegou a todos os setores uniformemente.
DESEMPREGO – A marolinha de Lula continua agindo feito um tsunami. Em São Paulo, 34 mil trabalhadores perderam seus empregos com a retração de investimentos na indústria automobilística. A estimativa da Fiesp é que a indústria perca mais 60 mil vagas nos próximos dias por conta das dispensas na indústria sucro-alcooleira. A Amsted-Maxion, empresa especializada na fabricação de vagões de carga, anunciou, ontem, a demissão de 1,1 mil trabalhadores em suas unidades de Osasco, Hortolândia e Cruzeiro.
Contas malassombradas - O prefeito de Ingazeira, Luciano Torres (PSB), teve suas contas de campanha rejeitadas pela justiça eleitoral. Ele também responde a processo por abuso do poder econômico na campanha, já julgado na instância do município, mas com recurso no Tribunal Regional Eleitoral.
O complicado xadrez da Imprensa - A influência que os marqueteiros passaram a exercer nas campanhas e, posteriormente, nos núcleos de governo, engessa alguns prefeitos eleitos na definição do secretário ou assessor de Imprensa. É o caso, por exemplo, de José Queiroz (PDT), em Caruaru; Júlio Lóssio, em Petrolina; e João da Costa, no Recife. Até ontem, não haviam conseguido escolher o profissional para tocar a área.
Sinal amarelo - O ano começa com dificuldades para o secretário de Finanças do Governo João da Costa, Marcelo Barros. Nos últimos dois meses, o município teve uma queda da ordem de R$ 600 mil na arrecadação, o que implica de imediato no corte de um terço do salário dos auditores municipais. A marolinha chegou à PCR.
Sem mudança - Em Serra Talhada, a juíza Eliane Cabral foi obrigada a recuar no entendimento com os eleitos para que a posse ocorresse em 2 de janeiro e não no dia 1, conforme determina a Constituição. Alertada pelo TRE, concluiu que a mudança poderia provocar a vacância imediata do cargo do prefeito reeleito Carlos Evandro (PR).
Curtas
NO SERTÃO – O deputado Paulo Rubem (PDT) esteve no município de Cedro para acompanhar a entrega ao prefeito de dois tratores equipados adquiridos com recursos de emendas ao Orçamento da União apresentadas pelo parlamentar.
LEVOU A PIOR – Não deu em nada a manobra do vereador eleito do Recife pelo PHS, Edmar Oliveira, para tomar do pastor Edinazio o controle do PRTB no Estado. Presidente nacional da legenda, Levy Fidélis lhe deu um sonoro não.
A MARCA – O secretário de Cidades, Humberto Costa, talvez seja, hoje, o auxiliar do governador Eduardo Campos com mais visibilidade no Interior, graças a uma obra que todo prefeito pede e consegue fácil: uma academia da cidade.
'Aqueles que confiam em Deus, o SENHOR, são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas continua sempre firme'. (Salmos 125-1)
Escrito por Magno Martins
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