Coluna de hoje na Folha
A pedra de Dilma
No PT, finalmente, surgiu alguém com postura heróica para desafiar o rolo compressor do Planalto e enfrentar o poderio do presidente Lula, que, faltando ainda dois anos para a sua sucessão, já escolheu a ministra Dilma Rousseff como candidata.
Trata-se do senador Eduardo Suplicy (PT), que ontem confirmou que entra na briga e já propôs a realização de uma eleição prévia para o partido se manifestar. A esta altura Lula deve estar cuspindo fogo, porque odeia ser desafiado. Acha-se onipotente e, por ter aprovação popular, o poder subiu a cabeça e decide tudo à revelia do seu partido.
Se o presidente carimbou a ministra de mãe do PAC – o programa de aceleração do crescimento – Suplicy também é pai do programa de renda mínima, concebido e executado graças a um projeto de sua autoria no Senado. Dizem que Suplicy é louco, mas nunca o vi rasgando dinheiro. Se não chegou a esse estágio, alguém planta essa versão para tentar desqualificá-lo.
Quando Lula disputou as eleições presidenciais em 2002 – a quarta consecutiva – foi Suplicy quem se apresentou como a renovação do PT, pregando prévias entre Lula e ele. Não prosperou, é verdade, mas o presidente, felizmente eleito naquele ano, até hoje não digeriu a rebeldia do senador.
Que, seis anos depois, sinaliza como o grande entrave para o Planalto viabilizar a candidatura de Dilma em 2010 como unanimidade. Suplicy é a pedra no caminho de Dilma.
JARBAS AVERMELHOU – Jarbas Vasconcelos já declarou seu voto a Tião Viana (PT-AC) na eleição para presidente do Senado em pleito marcado para o início de fevereiro. Se a memória não me trai talvez seja a primeira vez que o senador vota no PT. E olha que vem fazendo no Congresso uma oposição sistemática e radical ao Governo Lula! Jarbas tomou a posição sem saber o destino do PMDB, que pode apoiar Sarney. Como em Sarney ele não vota nem amarrado, está aí a explicação do seu voto antecipado.
Cuida que o filho é teu! - O prefeito João da Costa (PT) chegou a pensar em colocar o ex-vereador Mozart Sales, da bancada do PT na Câmara do Recife, na Secretaria-adjunta de Saneamento, latifúndio do deputado Inocêncio Oliveira. Percebendo aí uma briga inglória resolveu mudar de idéia, mas não sabe ainda aonde acomodará o aliado.
Tucano arrasta oposição - Ex-prefeito de Caetés (97-2000), o pecuarista Lindolfo Almeida, embora tucano e, portanto, oposição ao governo estadual, construiu uma aliança com três partidos da base do governador Eduardo Campos para enfrentar Erminio Sampaio, candidato do PSB, sobrinho do ex-prefeito Zé da Luz. As eleições suplementares para prefeito daquele município serão realizadas no próximo dia oito.
Violência zero - No Governo Eduardo a violência foi reduzida drasticamente. Pelo menos na Ceasa. Num trabalho articulado entre as polícias Militar e Civil, com o reforço da segurança privada, o presidente Romero Pontual reduziu em até 80% os casos de roubos e assaltos numa área onde circulam por dia mais de 30 mil pessoas.
Muy amigo - O ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim (PSB), negou, ontem, sua saída do PSB e disse que tão logo regresse de férias procurará o governador Eduardo Campos para reforçar o partido no Vale do São Francisco. Quem espalhou a notícia da revoada do ex-prefeito foi o jornalista Carlos Brito, seu ex-assessor de Imprensa.
Curtas
ALÔ, FLORES! – O prefeito de Flores, Marconi Santana (PTB), já cumpriu todas as exigências que a operadora de celular TIM fez para chegar ao município, mas a burocracia atrasa a implantação da torre geradora do sinal.
HERANÇA – Alegando que não havia recebido a totalidade das informações junto a Receita Federal, o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), cancelou, ontem, a entrevista que iria detalhar a situação em que recebeu a Prefeitura.
NA DISPUTA– Eleito primeiro-secretário da Câmara do Recife, Augusto Carreras (PV) admite disputar um mandato eletivo em 2010. Reeleito com 6,6 mil votos, Carreras já começou a se articular com lideranças da RMR.
'Eu salvarei aqueles que me amam e protegerei os que reconhecem que eu sou Deus, o SENHOR.' (Salmos 91.14) Escrito por Magno Martins
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