segunda-feira, 30 de março de 2009

Para LULA, mundo vive CRISE DE CIVILIZAÇÃO


30/03/2009

Paris, 30 mar (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que a reunião do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes) na próxima quinta-feira, em Londres, "não pode decepcionar" e deve dar respostas à atual "crise de civilização".

"Mais que uma grave crise econômica, estamos diante de uma crise de civilização" que exige "novos paradigmas, novos modelos de consumo e novas formas de organização da produção", ressalta Lula, em artigo publicado hoje pelo jornal francês "Le Monde".

Lula, que esta semana fará uma breve escala em Paris para preparar a cúpula do G20 com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescenta no artigo que "é importante salvar os bancos", mas "é mais importante ainda proteger os empregos e impulsionar a produção".

O G20, acrescenta, deve oferecer soluções para resistir aos efeitos "devastadores" da crise e dirigir para "uma profunda reformulação da economia internacional a médio e longo prazo".
Entre as medidas mais urgentes, o presidente brasileiro cita o restabelecimento do crédito e a luta contra o protecionismo, para fazer frente à queda do comércio e dos investimentos em nível mundial.

"Em tempos de crise, o protecionismo, que eu qualifico de droga, aumenta" e isso tem um efeito provisório de euforia, mas, a médio e longo prazo, acaba provocando uma "profunda depressão" com "funestas consequências sociais e políticas".

Outra aposta de Lula prevê o fim dos paraísos fiscais e "democratizar" o Fundo Monetário Mundial (FMI) e o Banco Mundial (BM), instituições que foram "incapazes" de prever e controlar a desordem financeira atual.

Segundo o presidente brasileiro, a crise trouxe à tona os profundos erros de políticas econômicas que se apresentaram como infalíveis e a fragilidade dos organismos multilaterais de Bretton Woods.
Definitivamente, mostrou que os instrumentos econômicos de regulação são obsoletos, acrescenta Lula, antes de insistir em que "precisamos de uma sociedade na qual homens e mulheres sejam atores de sua história, e não vítimas da irracionalidade que reinou nestes últimos anos".

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