GILBERTO RODRIGUES AO JC : "NÃO HÁ NADA QUE DESABONE O INSTITUTO"
Geólogo, formado pela UFPE, o diretor-geral do Instituto Xingó, Gilberto Rodrigues, insiste na idoneidade da instituição e na excelência da equipe e dos serviços prestados por ela. Afirmou estar “surpreso” com a auditoria do TCU e cogita ir a Brasília obter informações, já que garante não ter sido notificado pelo tribunal. “Não tem nada que desabone o Instituto Xingó. (...) Às vezes, o que ocorre é um erro formal daqui, dali”, disse ele, em visita ao JC, onde concedeu esta entrevista. Rodrigues é filiado ao PSB e desde 2007 é tesoureiro do partido. Em 2005, foi eleito diretor-geral do Xingó, por indicação do governador Eduardo Campos (PSB) – na época, ministro da Ciência e Tecnologia, de onde partiu boa parte dos recursos destinados à entidade.
Jornal do Commercio – O senhor conversou com Eduardo Campos ou alguém do governo sobre a auditoria do TCU no Instituto Xingó?
Gilberto Rodrigues – Não. Ele (Eduardo) está viajando (integra a comitiva de Lula na Holanda e retorna hoje ao Recife). Conversei com Evaldo Costa (secretário de Imprensa) para dar nosso posicionamento, depois dessa matéria (da Folha de S. Paulo, ontem). Se tiver necessidade vamos falar com o governador. Fui pego de surpresa.
JC – Não sabia da auditoria?
Rodrigues – Não recebemos nenhuma notificação do TCU. Inclusive nós recebemos, há seis meses, uma visita do TCU, seccional Sergipe, que não apontou nenhuma irregularidade. Liguei hoje (ontem) para o auditor de lá (Sergipe) e ele disse que também estava surpreso com essa auditoria que a matéria (da Folha) diz. Há distorções.
JC – Que distorções?
Rodrigues – Não tem nada que desabone o Instituto Xingó. A Folha confundiu as coisas. As notas frias que a matéria diz foi um erro formal e não tem nada a ver com o MCT. O Xingó tem uma parceria com o Ministério das Minas e Energia, que foi um concurso que vencemos. Corrigimos o erro das notas fiscais já na prestação de contas parcial. Somos auditados pela CGU (Controladoria-Geral da União) e não foi encontrada nenhuma improbidade. Às vezes, o que ocorre é um erro formal daqui, dali...
JC – Como o instituto atua?
Rodrigues – A gente tanto executa projetos de apoio a inovação tecnológica como também contrata (terceiriza). A gente não faz a administração direta, mas temos a facilidade de contratar por conta da lei das Oscips, que é diferente da de convênios. A flexibiilidade de contratar é maior. (A licitação é facultada às Oscips)
JC – Um diretor do instituto nos informou que o senhor é “o cara dos contatos, que capta recursos e faz o meio de campo”.
Rodrigues – Sou o diretor-geral. Na minha condição de conhecer o Nordeste, pelos cargos que ocupei e a vivência nesse ramo, minha facilidade de encontrar projetos e técnicos renomados é maior.
JC – O critério, então, é olho técnico e bom relacionamento no meio?
Rodrigues – O critério é apresentar bons projetos. Se você faz isso, é passível de receber a verba. Temos uma equipe de excelência.
JC – Quantos compõem o Xingó e como é a remuneração?
Rodrigues – O conselho deliberativo é formado por 13 membros (quatro reitores das universidades federais de PE, AL, BA, SE, dois secretários estaduais (AL e SE), um representante da Embrapa, um da Codevasf e um do MCT, e quatro prefeitos daqueles Estados). Ninguém tem salário. Só eu recebo uma bolsa de R$ 7 mil para custear minhas viagens (média de 15 por mês). E no escritório, em Xingó, são seis funcionários remunerados.
JC – Em 2005, quando assumiu o instituto, o senhor já era vice-tesoureiro do PSB e desde 2007 é tesoureiro. Não há choque entre as duas funções?
Rodrigues – Não. Essa atividade de tesoureiro é tão esporádica que é uma coisa mais formal do que prática.
JC – Então o que o senhor faz como tesoureiro do PSB?
Rodrigues – Isso é muito esporádico. Não cabe a mim captar recursos para o partido.
JC – No final do ano passado, o PSB tentou fazer uma campanha para arrecadar doações de filiados que ocupam cargos comissionados no governo Eduardo. O senhor trabalhou nisso...
Rodrigues – Aquilo não foi à frente. Muitas pessoas começaram a reclamar.
Por Nill Júnior em 11-4-2008 as 09:04:43[comente esta notícia] [0 comentário] [ Início ]
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