Lula furioso com saída "espalhafatosa" de Marina
O presidente Lula (PT) ficou furioso com a forma como a ministra Marina Silva deixou o governo. A assessores próximos, o petista, irritado, disse que foi surpreendido e reclamou do fato de a notícia estar na imprensa antes mesmo que tivesse lido a carta de demissão, recebida no Palácio do Planalto pelo chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Assessores do presidente disseram que Lula ficou “indignado” e classificaram a atitude da ministra como “espetaculosa” e “espalhafatosa”.
Às 18h30 de ontem, assessores diziam que Lula ainda não tinha lido a carta de Marina e não demonstrava intenção de ler tão cedo. A esta altura, o presidente estava trancado em seu gabinete e não atendia sequer os ministros que ficam no Palácio do Planalto. O presidente não gostou do fato de Marina assumir um ar de vítima dentro do governo. Diante da reação do presidente, a avaliação no governo era de que a demissão era irreversível.
No início da tarde, durante solenidade do Itamaraty, o presidente demonstrou grande irritação enquanto aguardava, no saguão, a chegada do primeiro-ministro da Áustria, Alfred Gusenbauer. A assessoria do Palácio informou, no entanto, que a irritação do presidente não tinha relação com a saída de Marina, mas com a desorganização do cerimonial no almoço em homenagem ao austríaco.
Escalado para conversar com Marina, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, telefonou para a ministra durante a tarde, mas não foi atendido. Assessores do Palácio reconheceram que Marina Silva se considerou desprestigiada com a decisão do presidente de entregar o comando do Plano Amazônia Sustentável (PAS) ao ministro Mangabeira Unger.
Na avaliação de assessores do Palácio, Marina quis deixar a impressão de que foi injustiçada no governo, mas também tinha uma preocupação com o futuro: é que em 2010 termina o mandato de senadora e ela terá de enfrentar uma nova campanha para tentar a reeleição. Por isso, os colaboradores do presidente acreditam que Marina entendeu ser a hora de voltar ao Legislativo e garantir mais um mandato. (Da Agência Estado)Escrito por Magno Martins
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