quarta-feira, 2 de julho de 2008

"Coluna da Folha"



Coluna de hoje na Folha
Sem pedigree político
Todo o esforço feito pelo candidato do PSC a prefeito do Recife, Carlos Eduardo Cadoca, no apagar das luzes das convenções partidárias, para dar envergadura ao seu projeto majoritário, foi de água abaixo e se dissipou como uma nuvem de verão. Há quem diga que vice não soma nada.
A tese, embora não verdadeira, é até admissível. Vice só não pode, no entanto, é implodir uma candidatura. E é isso que o PPS fez ao impor o nome do jornalista Rossini Barreira como vice de Cadoca. O deputado construiu, pacientemente, os caminhos para superar o isolamento a que foi imposto quando não conseguiu se viabilizar dentro do PMDB.
Primeiro, se abrigou no nanico PSC, depois trouxe o PP e, por fim, duas legendas de peso mediano – PPS e PV. Como no futebol, driblou todos os adversários, chegou à marca do pênalti, mas não fez o gol. Ao invés de inflar, Cadoca murchou e perdeu aderência.
Não seria exagero afirmar que o desfecho da composição da sua chapa passa pela leitura de que ninguém no PPS está levando a sua candidatura a sério. Se o próprio Cadoca tem alguma dúvida da má-fé dos seus aliados basta dar uma olhada nos vices escolhidos pelos seus concorrentes. Nomes com pedigree político, o que está longe de se encontrar em Rossini Barreira.
A DIFERENÇA– Apesar de ter fechada uma chapa puro-sangue, o candidato do DEM a prefeito do Recife, Mendonça Filho, mostrou que não está para brincadeira e que o jogo é de campeonato, como se diz na gíria futebolística. André de Paula, o vice, tem tradição política no Estado. Além de ter disputado a Prefeitura do Recife, está no seu terceiro mandato e passou uma longa jornada no comando do PFL estadual. É o vice que não atrapalha. Pelo contrário, soma.
Maior abandonado - O prefeito de Gravatá, Joaquim Neto, que passou seis meses fazendo mistério em relação ao nome de Melquíades Zarzar, escolhido para concorrer à sua sucessão, levou a pior. Sem aval da família, o empresário jogou a toalha e deixou o prefeito tucano chupando o dedo.

Bomba virou traque - O candidato do PTB a prefeito de Olinda, Arlindo Siqueira, cantou o apoio do DEM como certo e, na tentativa de criar um fato para romper o isolamento político, disse que teria uma bomba para anunciar aos jornalistas. Numa conversa de 30 minutos, ontem, com o presidente do Democrata em Olinda, Alexandre Mirinda, Mendonça Filho inviabilizou o acordo e transformou a bomba num traque.

Em Afogados - O governador Eduardo Campos participou, segunda-feira passada, das comemorações dos 99 anos de emancipação política de Afogados da Ingazeira. Aproveitou para inaugurar obras e assinar uma série de convênios com o prefeito Totonho Valadares (PSB). E ainda sobrou tempo para prestigiar a convenção de Totonho.

Mãos a obra - O marqueteiro José Roberto Berni, que fará o guia eleitoral de Cadoca na televisão, já chegou de malas e cuia na cidade e montou seu QG na produtora do jornalista Ricardo Carvalho, no Rosarinho. Berni, além de talentoso, conhece bem a geografia política do Estado, pois já fez campanhas vitoriosas aqui.

Curtas

MIRIM– De um aliado de Cadoca, profundamente indignado com a escolha de Rossini Barreira na sua chapa como vice: “Se Cadoca for eleito, o que espero, Recife terá pela primeira vez um vice-prefeito mirim, exemplo inédito para o País”.

ROMEU EM ALTA– O governador Eduardo Campos tem elogiado bastante o desempenho do administrador de Fernando de Noronha, Romeu Neves Baptista. Na avaliação do Palácio, ele vem fazendo uma revolução silenciosa na ilha.

DEMOCRACIA– O pernambucano Antônio Lavareda foi um dos participantes do seminário Plataforma Democrática, que o Instituto FHC realizou, ontem, em São Paulo. Entre os estrangeiros, a antropóloga Francine Jácome, da Venezuela.

'O bom nome vale mais do que muita riqueza; ser estimado é melhor do que ter prata e ouro'. (Provérbios 22-1)Escrito por Magno Martins

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