quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"O mesmo lamento"


Começa o sofrimento dos sertanejos pela falta de água.

Em Serra Talhada e em algumas regiões do sertão pernambucano, vê-se como solução o eterno meio de abastecimento através de Carros-Pipa. Algumas pessoas chegam a andar 06 quilômetros para coletar água, diga-se, sem qualidade e sem condições, sequer, de ser utilizada para conzinhar, imagine ser ingerida.

Não perguntemos mais "até quando?". Ora, esse modelo político de prefeitos e vereadores trazerem o atendimento ao povo com assistencialismo, muitas vezes de forma patética e imposta pela miséria e por falta de infra-estrutura, parece não ter fim, pois é a partir dessa modalidade que se formam os "currais eleitorais".

Como adentraremos no rol de Países de 1º mundo se os nossos "semelhantes" estão passando sede e fome por falta de água? E olhe a potencialidade de água em nosso território. Será que não falta uma política estrutoradora para os "desiguais" no Brasil?

O Bolsa Família e qualquer programa que venha, de forma paliativa, solucionar problemas relacionados a melhoria de vida das pessoas é salutar e socialmente viável. Portanto, não pensemos que esta solução será definitiva e tem como forma "amainar" o sofrimento dos nossos semelhantes. O que se precisa é de soluções pautáveis, com empregos para quem não tem renda, com produção, não só da subsistência (que já é grande coisa), mas, que venha a garantir ao povo do sertão nordestino o real disciplinamento dado pelo expresso nos Direitos Humanos, no Pacto de San Jose da Costa Rica, onde os "iguais possam se equiparar aos desiguais", onde os "semelhantes"(será que uma pessoa que vive nas palifitas em Recife, passando fome, vivenciando a violência, andando em transportes urbanos de péssima qualidade é semelhante a quem viva num condomínio fechado em Copacabana, rodeados de carros importados e blindados, iates, boa comida, segurança, festas pomposas e outros meios?) possam considerar-se "gente". Muito embora sabemos que existem "pobres na forma da Lei" que vivem dignamente melhor e com muito mais honra do que "ricos inescrupulosos" e sem respeito ao próximo.

A culpa é nossa e de mais ninquem. A escolha política é que coabita nos imperfeitos "políticos" que, sempre procuram postar-se de cordeiro e após as eleições "chutam a bunda" do eleitorado.

Na nossa região não viu-se um só político mencionar "a luta pela Barragem de Ingazeira", a qual, se construída, traria um desenvolvimento considerável a região, com implantação de indústrias, produção de hortifrutigranjeiros em larga escala, algodão(que já foi nosso ouro branco), implantação de uma Escola Técnica Agrícola para não deixar nossos jovens migrar para outros Estados e abastecimento de água para quem tem sede.

Políticos, no caso prefeitos e vereadores (em conluio), gostam de obras que eles mesmo possam licitar, que o dinheiro venha para conta da prefeitura e possam ser manuseado a seu modo. Construir uma barragem que traga desenvolvimento para a região não é interesse de "politiqueiros".

Portanto, mais uma vez, a culpa é nossa.


(Por: Joel Gomes - às 07:50h)

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