sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"A vida e a política"



Um povo doente é um povo incapaz de construir uma nação digna e sustentável. Cada vez que nos deparamos com cenas de doentes jogados nos corredores dos hospitais ou nas salas de espera fica a sensação de horror com o pouco caso com a vida humana.
Todos nós assistimos a desgraça dos pobres infelizes que dependem da assistência da saúde pública, sem nada poder fazer, ou podemos? Sim, claro que podemos, a sociedade é o conjunto de todos os cidadãos que a compõem e os problemas que afligem a uma parte influenciará os outros também.
A passividade diante do sofrimento alheio é um sintoma da indiferença causada pelo convívio diário com as mazelas do mundo, apresentadas na TV e em outros veículos de notícias. Esse choque com a realidade trágica da atualidade causa-nos uma apatia e indiferença sem precedentes em nossa história. Estamos como anestesiados por esse caos social que vivemos.
Um sintoma do descaso com a nossa saúde é a fortuna gasta pelos governos que não se reflete em benefício para os necessitados. Impostos são criados a todo o momento para esse fim, porém, nada muda.
Pelo contrário, a cada dia piora o atendimento de quem dele precisa.
Alguns governos e legislativos sucedem-se em discursos vazios, destinando os recursos que deveriam ser usados para reformar hospitais, clínicas, ambulatórios, postos de saúde, para outras finalidades, a maioria escusa e desvirtuada da verdadeira finalidade que a gerou.
Temos um povo de ótima índole, que não reclama e aceita toda essa situação como obra do destino, ou talvez por acreditar que, infelizmente, nada possa ser feito mesmo. O povo está errado, nós podemos mudar essa situação. É só querer. Como?
Os empresários podem reverter uma pequena parte dos seus ganhos para melhorar o atendimento médico e odontológico dos seus colaboradores e suas respectivas famílias e, por que não, para a comunidade mais necessitada do entorno de seu negócio. Além disso, deveriam incentivar que mais empresários também o fizessem.
Mas deveríamos cobrar muito mais de quem foi escolhido para gerir os nossos recursos, de quem esperamos que saiba usá-los da melhor forma para atender bem a toda a sociedade e que durante o seu mandato faça das suas promessas de campanha o seu verdadeiro objetivo de trabalho.
Com o que gastamos hoje com a saúde nas três esferas, nacional, estadual e municipal, poderíamos ter um dos melhores programas de saúde do mundo. Se a realidade é totalmente oposta, a pergunta é por quê?
Infelizmente, a maioria dos nossos políticos não merece o povo que os elege. Eles sofrem de amnésia instantânea após os resultados das eleições e só voltam a se lembrar na próxima campanha de reeleição.
Às vésperas de mais uma eleição municipal vale recordar os candidatos que prometem saúde digna para todos e que, quando eleitos, se esquecem de seus compromissos, permitindo cenas como as vistas diariamente nas TVs.
É hora de cobrar o direito de todos nós por uma saúde digna, agora e sempre. Merecemos melhores políticos, podemos tê-los, é só aprendermos a exigir os nossos direitos, não nos calarmos. Temos que nos fazer ouvir.
Pessoas doentes não produzem, não ajudam a construir um país melhor, não participam das mudanças necessárias para transformar este mundo caótico em um mundo sustentável, em um bom lugar para se morar e criar nossos filhos e netos.
(Por: Joel Gomes - às 07:45h)

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