terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Ainda é forte"


Jarbas abre fogo contra Eduardo: ''Governo bisonho''
No melhor estilo “jarbista”, o ex-governador de Pernambuco não fugiu da polêmica ao avaliar os cenários da política no Estado e no País, após caminhada no Morro da Conceição ontem. Lançando mão do mesmo adjetivo usado outrora para comentar o desempenho de Carlos Eduardo Cadoca (PSC) na campanha do Recife, Jarbas Vasconcelos classificou como “bisonho” o Governo Eduardo Campos (PSB), acrescentando que o desafeto precisa mostrar mais resultado nas áreas em que “prometeu resolver o problema”: Segurança Pública, Saúde e Educação. Em seguida, desdenhou a vitória do PT no Recife, afirmando tratar-se, apenas, de um “ciclo, uma coisa episódica, passageira”. Como receita para conter os efeitos da crise econômica, o peemedebista cobrou a redução das taxas de juros por parte do Governo Federal. Também chamou de “estupidez” a criação de novos cargos e aumento de salários no Congresso Nacional em tempos de crise.
Governo Eduardo “Precisa melhorar muito, porque houve muitas promessas de que iria resolver a Segurança Pública, de que a Saúde seria de qualidade, e a Educação seria uma das melhores do País. Nada disso aconteceu. Então, como ele (Eduardo) ainda tem dois anos, vamos torcer para que nesses dois anos ele possa melhorar o desempenho bisonho dos dois anos anteriores”.
PT “O PT em Pernambuco é um ciclo, que teve primeiro em Porto Alegre por 16 anos e desapareceu. (...) No Recife tende a desaparecer, porque não tem uma política sustentável, não tem uma política permanente. São coisas episódicas, de beija-flor, beijando aqui, tocando aqui, tocando acolá, e tal. É uma coisa passageira que se esgotará. Mas, para isso, é preciso ter uma oposição vigilante. Se não tiver uma oposição vigilante, isso (a permanência do PT no poder) pode se prolongar”.
União“Tenho conversado permanentemente com Mendonça (Filho - DEM) e Sérgio Guerra (PSDB). Temos que conversar mais para ver a ação de cada partido. Não adianta a gente crescer em cima do DEM, ou o PMDB crescer em cima do DEM, ou o DEM crescer em cima do PSDB, ou vice-versa. A gente tem que ter uma estratégia para cada um se fortalecer e nos encontrarmos mais a frente, em 2010”.
Crise Econômica“É muito mais grave do que muitos imaginam. A repercussão no Brasil está chegando agora. Ela (a crise) já chegou forte em outros países, como nos Estados Unidos. A Europa está toda contaminada, a Ásia também. Chegará no Brasil porque a economia, infelizmente, é globalizada. E o receio é que a gente tenha demissões. Porque se a indústria reduz sua produção, arquiva projetos de expansão e novas unidades, isso tudo acarretará, no futuro, em uma crise mais profunda, que afetará aquilo que é mais sagrado: o emprego. Em segundo lugar, o comércio rende menos, a arrecadação do Estado cai. Pode não cair agora porque é mês natalino, mês de compras, mas terá efeito negativo em tudo”.
“O que o Governo (Federal) deve fazer é continuar com as medidas que o Banco Central vem tomando, reduzir os juros que ele (o Governo) não quer reduzir. São medidas que têm que ser tomadas para controlar, sobretudo, a subida do dólar. Tem que reduzir drasticamente os juros. É inconcebível que todos os países do mundo reduzam os juros e o Brasil continue numa política de juros altos. Também é preciso conter as despesas, que o Lula não tem feito”.
Congresso“O Congresso Nacional tem aprovado, sistematicamente, novos cargos e aumento de salário para as categorias. É uma estupidez fazer isso neste momento. Poderia, pelo menos, resguardar, tirar de pauta. Não é que você vá deixar de dar o aumento. Mas é resguardar um pouco para ver o amanhã. De forma que, fora isso e as besteiras que o Governo (neste caso o próprio presidente da República) disse: que era uma marola, que não iria atravessar o Atlântico... A crise já atravessou todos os oceanos, não foi só o Atlântico, não”.
“Cabe a nós lutarmos para ajudar no que for possível para amenizar a crise, e rechaçar essa pecha de traidor, de quem queria a crise. Quem queria a crise antigamente era o PT. O PT não assinou a Constituição, o PT votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o PT votou contra o Plano Real. Aí sim que era votar contra o Brasil. Agora, não”.
Enfrentamento “Deixamos o Estado estruturado. O governador tem dado segmento a isso. Suape está todo estruturado, esses grandes investimentos foram trazidos no nosso Governo. O governo de Pernambuco tem condições melhores de enfrentar a crise, mas (com certeza) enfrentará uma crise”.
Folha de Pernambuco - Arthur Cunha e Maurício Coutinho

Nenhum comentário: