terça-feira, 1 de julho de 2008


Coluna de hoje na Folha
Duas grandes convenções

Cadoca, do PSC, e Mendonça Filho, do DEM, promoveram, ontem, as duas últimas convenções dos chamados candidatos de envergadura na sucessão do prefeito João Paulo. A de Mendonça lotou o Português e inovou em estilo. O velho palanque de papagaio de piratas, em que as pessoas se acotovelam em pé para sair bem na foto, deu lugar a um cenário típico de convenção americana, com todo mundo sentado.

Na frente, outro palanque feito uma passarela, no qual era ocupado apenas por quem discursava. Na platéia, o povo também teve direito a ficar sentado, mas ao redor do salão muita gente participou da festa em pé mesmo, na muvuca. Já a convenção de Cadoca seguiu o modelo tradicional, embora a organização do evento tenha colocado também duas mil cadeiras no salão principal.

Apoiado por um partido que faz oposição radical a Lula – o PPS – Cadoca teve que justificar na fala de encerramento que sua candidatura no Recife era de oposição, mas que apoiava Lula no Congresso. Em resumo, foram duas grandes convenções, com cheiro de povo, animação e o que se esperava de postulantes da oposição: muita pauleira na gestão do prefeito João Paulo.

CHUMBO GROSSO – Coube ao ex-ministro Gustavo Krause caprichar na fala mais contundente em cima do Governo João Paulo entre todos os políticos que falaram na convenção de Mendonça Filho. Chamando a gestão petista de “Governo da mentira”, Krause afirmou que a maior mentira do prefeito foi à invenção do seu candidato, João da Costa. “Ele não pode ir sozinho para lugar nenhum. Tem que ser carregado, porque não tem história, não tem programa e nem autonomia e capacidade para administrar o Recife”, disse.
Mágoas na geladeira - A ausência mais comentada, ontem, na convenção de Mendonça Filho foi a do ex-governador Joaquim Francisco. Ninguém sabe os motivos e ele desligou o celular para evitar justificativas. Joaquim adora guardar ressentimentos na geladeira.



Sem lastro político - Para Cadoca, não foi boa a escolha do jornalista Rossini Barreira para compor a sua chapa. É verdade que vice não soma muito, mas quando atrapalha é um desastre. Além de não ser político, Rossini não tem identidade com Cadoca. Pressionado, Raul Jungmann não aceitou. Faltou da sua parte mais solidariedade ao candidato que o seu partido fez opção. Até para dar lastro político.

Em Serra - O prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro (PR), reuniu uma multidão na convenção que homologou, sábado, sua candidatura à reeleição, com Luciano Duque (PMDB) na vice. A festa foi num ginásio de esportes e impressionou o deputado Inocêncio Oliveira e o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira.

PV se divide - Com a decisão do PV de apoiar Cadoca, houve um tremendo racha na chapa proporcional. Dos 40 pré-candidatos a vereador, 35 decidiram apoiar o candidato do DEM, Mendonça Filho. “Desde o início havia uma tendência majoritária pela candidatura de Mendonça”, disse Éfrem Aragão, da executiva estadual.


Curtas

FARRA– Roberto Magalhães também cutucou João Paulo com vara curta. Lembrou o patrocínio da Prefeitura à escola de samba Salgueiro no carnaval deste ano. “E ainda fretaram um avião para fazer farra com o dinheiro do povo”, disse.

VEZ DA MULHER– Em Caruaru, o ex-prefeito Tony Gel acabou montando uma chapa puro-sangue feminino na disputa pela Prefeitura. A candidata é a ex-secretária Ivânia Porto, tendo como vice Edileusa Portela, que atuou na área social.

PT AMARELOU– O ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, tem em Lula um fiel aliado. Tanto que arrebatou o apoio do PT à sua candidatura a prefeito em João Alfredo, cujo vice é o jornalista Dimas Santos (PR), uma grande figura.

'No Dia do Julgamento, as riquezas não adiantam nada, mas a honestidade livra da morte'. Escrito por Magno Martins

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