Genro culpa elite paulista e nordestinos pelos atrasos
Na sua fala no seminário sobre os 20 anos da Constituição, que ocorre neste momento no auditório da CNI, em Brasília, o ministro da Justiça, Tarso Genro, fez um desabafo. Culpou, por um lado, as elites econômicas e políticas de São Paulo pelo atraso nas reformas e, por outro, à pratica atrasada dos políticos nordestinos, que, segundo ele, ainda estão no tempo do coronelismo.
Escrito por Magno Martins
Não poderia eu, nordestino nato, deixar passar tal "ignorância" por parte do Ministro Tarso Genro, onde impõe este de que a elite paulista e os políticos nordestinos são responsáveis pelo atraso nas reformas.
Até admito que alguns "políticos" da região nordestina praticam o "coronelismo" imerso nas ações paternalistas e através do poder econômico, "comprando, por vezes, um mandato eletivo e que, pela incompetência do nosso sistema jurídico-eleitoral, conseguem abusar às claras luzes, observado pela própria justiça e pelo nosso povo que vive a mercê de um Poder Judiciário que deixa a desejar".
Já é pela segunda vez quer culpam os nordestinos pelo "caos" em nosso País. Isso só no governo do presidente Lula.
Será que nós somos realmente culpados pelo descaso ocorrido no Brasil? - Será que fomos nós nordestinos que cometemos os escândalos adiante relacionados? Analise e observe e depois de uma reflexão, comente essa imensa matéria, porém, necessária para conhecimento de todos os brasileiros (e nós nordestinos também somos):
A informação apresentada pode mudar rapidamente. Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008
Diário político: um ano escandaloso no Brasil - Parte 1
Ilustração M+
“É mentira!”. O bom senso do cidadão mais comum o impede de acreditar na versão de que, afinal, somente duas pessoas – Delúbio Soares e Marcos Valério - sabiam da movimentação de milhões de reais para qualquer destino, qualquer que seja ele – “mensalão", Caixa 2, corrupção. Não se perca em meio a tantas denúncias. Conheça esta triste história do Brasil, que começou com um pedido de propina de R$ 3.000 nos Correios.
A PROPINA NA TELEVISÃO
Maio de 2005 - A revista Veja publica matéria denunciando e a TV Globo exibe gravação em que um chefe de departamento dos Correios, Maurício Marinho, recebe propina de R$ 3.000 em negociação de informações sobre licitações na estatal. Marinho afirma que o esquema é orientado pelo deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB, que integra a base aliada do governo Lula. Oposição tenta criar CPI sobre corrupção nos Correios, mas o PT considera que ela é desnecessária, pois é investigada pela Polícia Federal.
Jefferson – que fez parte da tropa de choque em defesa do ex-presidente Fernando Collor e a quem Lula daria um cheque em branco como prova de confiança, afirmação nunca desmentida – nega conhecer Marinho.
Depois de dizer “olhe para mim e veja se estou com cara preocupada”, antes de viajar ao Japão, dia 22 de maio, Lula pede investigação ampla do caso ao ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. "Ele recomendou uma apuração rigorosa, ampla, que não proteja nem persiga ninguém. Que seja impessoal", afirmou. Thomaz Bastos.
Aliados de Roberto Jefferson, no PTB, comandam verbas de R$ 4 bilhões no governo Lula, influindo, por exemplo, nos Correios, no Instituto de Resseguros do Brasil, Embratur e Furnas.
O PT, durante semanas, combateu a proposta de instalação da CPI dos Correios.
O MENSALÃO.
Junho de 2005 - Dia 6, a Folha de S. Paulo publica entrevista exclusiva de Roberto Jefferson, dizendo que o PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares. Ele disse para Renata Lo Prete – e confirmou depois – que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava um "mensalão" a parlamentares em troca de apoio ao governo no Congresso. (Delúbio foi o tesoureiro do partido na campanha de Lula à Presidência da República.) Eram R$ 30 mil mensais entregues a representantes do PP e do PL pelo menos até janeiro.
Jefferson declarou, então, que falou sobre o mensalão com os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci (Fazenda), no ano passado, mas que a prática teria continuado. Diz que procurou, então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início do ano. A partir daí, afirma, o "mensalão" acabou, segundo a entrevista na Folha.
LULA SOUBE EM MARÇO DE 2005.
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia desde março do suposto pagamento de mesadas pelo PT a deputados federais do PL e do PP, como afirmou em entrevista à "Folha" o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ). Aldo disse, porém, que a denúncia "refere-se a hipotético pagamento de um partido a parlamentares de outros".
MENSALÃO FOI DIVULGADO EM SETEMBRO DE 2004.
O Jornal do Brasil publica que sua manchete de 24 de setembro de 2004 revelou o mensalão. O então presidente da Câmara, o petista João Paulo Cunha, engavetou o caso e processou o jornal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou, dia 7 de junho, demitir todos os diretores das duas estatais envolvidas nas denúncias - os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). E apoiou então a instalação da CPI dos Correios.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a acusação contra Delúbio é gravíssima e comparou Lula ao ex-presidente argentino Raul Alfonsin, um "homem de bem" que teve de renunciar por enfraquecimento político.
COMEÇA CPI DOS CORREIOS.
Dia 9 de junho, foi instalada a CPI dos Correios. Em outra entrevista à Folha, publicada dia 12 de junho, ampliando sua denúncia, Jefferson afirma que dinheiro do 'mensalão' vinha de estatais e empresas. Jefferson pede para José Dirceu “sair rapidinho do governo”. "Esse dinheiro chega a Brasília, pelo que sei, em malas. Sei que as direções do PP e do PL recebiam", disse. “Tem um grande operador que trabalha junto com o Delúbio (Soares, tesoureiro do PT), chamado Marcos Valério, que é um publicitário de Belo Horizonte”.
O SEGREDO DOS R$ 4 MILHÕES DO PTB.
O deputado Roberto Jefferson afirmou ainda que Marcos Valério foi o portador de R$ 4 milhões prometidos pelo presidente do PT, José Genoino, aos candidatos do PTB, como parte de acordo de campanha feito em 2004, com o conhecimento de José Dirceu. Dois pacotes com R$ 4 milhões, que teriam sido guardados na sede do PTB, em Brasília, transformaram-se no mais recente mistério do ex-presidente do partido Roberto Jefferson (RJ). Ele disse que, apenas depois que o PT confirmar que entregou o dinheiro, vai revelar o destino dos R$ 4 milhões que ele diz terem sido entregues pelo partido para financiar campanhas do PTB.
MINISTRO FOI INFORMADO.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, sabia, desde abril de 2005, da existência de um foco de corrupção nos Correios. Foi dado prazo para a tomada de providências, revela O Estado de S. Paulo.
A secretária de Ciência e Tecnologia de Goiás, Raquel Teixeira, deputada federal licenciada pelo PSDB-GO, disse ter recebido oferta em dinheiro de "um partido da base aliada do governo", para mudar de sigla. Teixeira negou-se a dar os nomes do partido e da pessoa que fez a oferta. "A responsabilidade me obriga a parar por aqui, porque não posso provar". Só governador de Goiás, Marconi Perillo, sabia do caso, afirmou.
JOSÉ DIRCEU SAI.
Acusado por Roberto Jefferson de praticar atos que caracterizam corrupção, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pediu demissão do cargo. Jefferson, dia 14 de junho, reafirmou na Comissão de Ética da Câmara o teor das entrevistas à Folha em que denunciou pagamento de mesada pelo PT a aliados do governo Lula. Disse ainda que o ministro José Dirceu (Casa Civil) pode transformar o presidente Luiz Inácio Lula Silva em réu. "Dirceu, se você não sair daí rápido, vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula."
José Dirceu, como deputado federal, voltou à Câmara. "Eu não me arrependo de nada do que fiz no governo Lula. Tenho as mãos limpas. O governo Lula é minha paixão, é minha vida”. Dirceu, considerado o mais forte ministro do governo Lula, era o avalista de alianças com partidos conservadores. Já havia perdido força, em 2004, após Waldomiro Diniz, um de seus assessores, ser flagrado negociando licitações públicas, em gravação apresentada na televisão também. O PT conseguiu, então, abortar um pedido de CPI.
Jefferson, que se licenciou da presidência do PT, acusou o tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o secretário-geral, Sílvio Pereira, na Executiva de participar de pagamento de “mensalão” a aliados. O presidente do PT, José Genoino, fez a defesa de ambos.
ROBERTO JEFFERSON: LULA É INOCENTE.
O petebista fez questão de inocentar Lula, "um homem honrado e correto". Roberto Jefferson detalhou como o PT teria dado R$ 4 milhões para a campanha do PTB em 2004, com anuência do presidente petista, José Genoino, que teria prometido recibos. Afirmou que procurou Dirceu e ouviu que a situação estava difícil, que a PF "era tucana" e prendera 62 doleiros, levando "a turma que ajuda" a não "internar dinheiro no Brasil".
O PT e parlamentares governistas tentam atribuir as denúncias a uma campanha da oposição – especialmente do PSDB e do PFL – para desmoralizar o partido e o governo Lula. Seria um “golpe das elites”. A oposição procura preservar Lula e circunscrever as irregularidades ao PT e seus aliados.
PAGAMENTOS EM DINHEIRO VIVO.
A CPI dos Correios é o tema dominante. No final de junho, relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda) revela que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza foi responsável por uma série de saques em espécie. Levantamento mostra que foram sacados cerca de R$ 21 milhões das contas das agências de Valério, que omitiu quase R$ 1 milhão em aplicações financeiras de sua declaração de renda de 2003.
A secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio, que trabalhou para o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, o revelou em entrevista para a Isto É Dinheiro. Depois, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara disse que os saques de alto valor ocorriam sempre às vésperas de reuniões do empresário com a cúpula do PT. As reuniões, segundo ela, eram com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e com o secretário-geral do partido, Silvio Pereira. O publicitário também teria conversado por telefone, "eventualmente", com o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Em entrevista, Marcos Valério disse que as altas quantias que sacava do Banco Rural eram para compra de gado e de cavalos de raça, argumento que deixou de usar depois.
O CAIXA DE FURNAS PARA O PT.
Roberto Jefferson volta à cena para revelar que Furnas faz caixa para PT, em esquema que lhe teria sido descrito pelo diretor de Engenharia da estatal, Dimas Toledo, depois afastado do cargo.
"Ele explicou que sobram R$ 3 milhões por mês em Furnas. Desse total, R$ 1 milhão vai para o PT nacional, pelas mãos do Delúbio", afirmou. Outro R$ 1 milhão ia para o PT de Minas Gerais e o restante dividido meio a meio: R$ 500 mil para a diretoria de Furnas e R$ 500 mil para um grupo de deputados que trocaram o PSDB por partidos da base aliada do governo. Tudo o que ele me explicou eu relatei ao José Dirceu. Ele confirmou que era isso mesmo", afirmou Jefferson, na Folha.
CPI DOS BINGOS CHAMA EX-ASSESSOR DE JOSÉ DIRCEU.
Julho de 2005 - Paralelamente à CPI dos Correios, é instalada, no início de julho, a CPI dos Bingos, que retoma o caso Waldomiro Diniz, um de dos assessores de José Dirceu, flagrado em 2004 negociando licitações públicas.
UMA LISTA DE 15 CRIMES.
O Estado de S. Paulo revela: advogados e parlamentares com experiência jurídica listam pelo menos 15 crimes já denunciados às comissões do Congresso, à polícia e ao Ministério Público, envolvendo corrupção no poder público, estatais e empresas privadas. As irregularidades prevêem desde multa até 12 anos de prisão. Formação de quadrilha é uma das acusações possíveis.
VALÉRIO DE NOVO, AGORA AVALISTA DO PT.
Outra revelação: o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, dono de agências que prestam serviços ao governo, avalizou empréstimo de R$ 2,4 milhões feito pelo banco mineiro BMG ao PT em fevereiro de 2003. Desse empréstimo - que também tem como avalistas o presidente do PT, José Genoino, e o tesoureiro do partido Delúbio Soares -, Valério quitou parcela de R$ 349.927,53 que o partido não conseguiu honrar. As informações foram publicadas pela revista Veja. Genoino, que inicialmente negou a informação, confirmou que partido fez o empréstimo "por orientação do tesoureiro Delúbio Soares".
DELÚBIO E SÍLVIO PEREIRA PEDEM AFASTAMENTO.
Dia 5 de julho - O secretário de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, pediu o seu afastamento temporário do cargo, em reunião extraordinária da Comissão Executiva Nacional do partido, realizada em São Paulo, da qual participaram 18 dos 21 integrantes.
Na véspera, o secretário-geral Silvio Pereira também se licenciou. Delúbio garante ser inocente das acusações de envolvimento no suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares em troca de apoio ao governo, segundo a Agência Brasil.
PEGO COM DINHEIRO NA CUECA.
Dia 8 de julho, o secretário de organização do PT do Ceará, José Adalberto Vieira da Silva foi preso no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, onde tentava embarcar com quase meio milhão de reais - R$ 200 mil estavam numa mala e US$ 100 mil (cerca de R$ 237 mil), presos ao corpo, sob a cueca. Ele é chefe de gabinete do líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa do Ceará, José Nobre Guimarães, irmão do presidente do PT, José Genoino, que renunciou no mesmo dia.
O ministro da Educação, Tarso Genro, assumiu a presidência do partido. Ricardo Berzoini será o novo secretário-geral no lugar de Silvio Pereira, licenciado da função até que sejam concluídas as investigações em andamento no Congresso. Humberto Costa substituirá Marcelo Sereno na Secretaria de Comunicação e o deputado federal José Pimentel (PT-CE) assumirá a Secretaria Nacional de Finanças no lugar de Delúbio Soares.
PUBLICITÁRIO NEGOCIAVA CARGOS.
Outro parlamentar, deputado José Borba (PR), líder do PMDB na Câmara, divulgou nota em que diz que negociou cargos públicos federais com o publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do "mensalão" - esquema de pagamento a parlamentares em troca de apoio ao governo Lula. Na nota, ele afirma que Valério "fazia parte do grupo do PT que exercia efetiva influência político-administrativa no governo".
DINHEIRO DE VALÉRIO PARA PROCURADOR.
Marcos Valério, soube-se também, tratava interesses do Banco Rural no Ministério da Fazenda. O procurador da Fazenda Nacional Glênio Sabbad Guedes recebeu, no final de 2003, pelo menos R$ 902 mil do empresário Marcos Valério de Souza, segundo a Folha de S. Paulo. O Rural é um dos bancos dos quais Valério sacou R$ 21,36 milhões em dinheiro vivo desde julho de 2003.
O publicitário Marcos Valério disse dia 7 de julho, em depoimento à CPI dos Correios, que desconhece o suposto "mensalão". Protegido por um habeas-corpus, concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que lhe permitia ficar em silêncio, sem o risco de ser preso, ele respondeu a várias perguntas utilizando respostas curtas como "não", "não tenho conhecimento", "não sou expert no assunto".
Valério confirmou sua amizade com Delúbio Soares, tesoureiro licenciado do PT, admitiu que se reuniu com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no Palácio do Planalto e atacou sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio. Valério não explicou aos parlamentares saques milionários em dinheiro vivo de suas contas bancárias.
PACOTE DE DINHEIRO PARA O PT DE GOIÁS.
Wandell de Oliveira, ex-motorista da deputada federal Neide Aparecida, do PT de Goiás, revelou ao "Globo" que viajou de Goiânia a São Paulo para buscar um pacote de US$ 200 mil na sede nacional do PT com a secretária do tesoureiro licenciado, Delúbio Soares.
A viagem ocorreu durante a campanha eleitoral de 2004 e o dinheiro, transportado de ônibus a Goiânia para não ser flagrado no raio-X do aeroporto, foi distribuído entre políticos aliados. A CPI dos Correios quebrou o sigilo do deputado Roberto Jefferson.
MARCOS VALÉRIO, O INTERMEDIÁRIO DE DELÚBIO.
Delúbio Soares, tesoureiro afastado do PT, disse ao depor na Polícia Federal, semana passada, que desde 2002 o publicitário Marcos Valério intermediava encontros da direção do partido com empresários. Foi Valério quem apresentou a ele e ao partido os diretores dos bancos BMG e Rural, que fizeram empréstimos ao PT. O publicitário também promoveu uma visita do ex-presidente José Genoino à siderúrgica Usiminas. A CPI dos Correios descobriu que Valério e seis de suas empresas movimentaram R$ 1,6 bilhão a partir de janeiro de 2000. O PT deve atualmente entre R$ 72 milhões e R$ 90 milhões, segundo diferentes versões já divulgadas.
No dia 14 de julho – em visita à França – , o presidente Lula faz um rápido comentário: “O Brasil não merece tudo isso que está acontecendo. Merece coisa muito melhor
CUMPRINDO ORDENS DO PT.
Ampliando as contradições em relação aos seus depoimentos, Marcos Valério de Souza afirmou em nota que contraiu "vários empréstimos bancários", entre 2003 e 2005, por meio de suas agências, para pagar dívidas de campanha do PT. Os empréstimos, segundo ele, eram feitos a pedido de Delúbio Soares, tesoureiro licenciado do PT, que exerceu mesma função na campanha eleitoral que elegeu o presidente Lula.
Os valores eram repassados para o partido "a título de empréstimos", depositados na rede bancária para pessoas indicadas por Delúbio, segundo Marcos Valério, em operação do conhecimento do ex-ministro José Dirceu. O ex-tesoureiro atribuía os pedidos de empréstimo à necessidade de saldar dívidas de campanhas eleitorais. O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Soares, disse que Delúbio afirmou que pediu que Valério fizesse empréstimos para pagar dívidas de campanha do PT.
A NOVA VERSÃO DE DELÚBIO & VALÉRIO.
O Correio Braziliense, dia 16 de julho, mostra que há fortes indícios de que a mais novas versão do publicitário Marcos Valério, a de que contraiu empréstimos bancários em nome de suas empresas e repassou o dinheiro ao PT, teria sido combinada com o tesoureiro afastado Delúbio Soares. O objetivo: justificar a origem dos saques milionários nas contas de empresas do publicitário. As evidências da trama: 1) um dia antes de Valério procurar o Ministério Público para fazer uma série de "confissões", ele e Delúbio se encontraram; 2) um dia depois de Valério, Delúbio também procurou o MP; 3) segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da CPI dos Correios, o "depoimento" de Delúbio segue a mesma linha da versão apresentada por Valério em nota à imprensa e em declarações ao Jornal Nacional; 4) Minutos antes da entrevista, o PT usou o horário eleitoral na TV para dizer que não teme "a verdade".
LULA SOUBE DO MENSALÃO EM CINCO OCASIÕES.
A revista Veja, com data de capa de 20 de julho, em circulação desde o dia 16, escreve que o presidente soube do “mensalão” bem mais do que admitiu oficialmente até agora. Em pelo menos cinco ocasiões – em Brasília, em Goiás e até na viagem à China -, o caso chegou aos ouvidos de Lula, conforme a Veja, que ouviu 29 ministros, senadores, deputados e assessores do presidente. Quem primeiro tratou do tema foi o deputado federal Miro Teixeira, em fevereiro de 2004; o governador de Goiás, Marconi Perillo, dia 5 de maio de 2004 também conversou com ele; no dia 25 de maio, em visita à China, Lula tocou no assunto com o deputado federal Paulo Rocha, durante um jantar em Xangai; o deputado federal Roberto Jefferson falou com ele sobre o “mensalão” dia 5 de janeiro de 2005 e também no dia 23 de março de 2005.
PRESIDENTE DIZ QUE CAIXA DOIS É SISTEMÁTICO.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou direta e publicamente sobre o assunto pela primeira vez, dia 15 de julho, sexta-feira, em Paris, onde deu uma entrevista a jornalista brasileira que trabalha para a televisão francesa. Foi no início da manhã, antes que Marcos Valério e Delúbio Soares apresentassem nova versão sobre a origem de milhões de reais, segundo eles, destinados a campanhas eleitorais, menos a de Lula.
Tratado por você, por senhor e por Vossa Excelência pela produtora de televisão, Melissa Monteiro, ele disse que o “PT fez o que é feito no Brasil sistematicamente”, numa referência ao uso de dinheiro em campanhas eleitorais. Sua entrevista só foi divulgada dia 17 no "Fantástico", da Rede Globo.
Lula criticou a antiga direção do PT, substituída há duas semanas, pelo esquema de caixa dois para financiar campanhas eleitorais admitido, também na sexta-feira, pelo tesoureiro afastado do partido, Delúbio Soares. Mas criticou a antiga direção do partido, que não pensou no que estava fazendo, escreveu O Globo. "Houve um tempo em que os melhores quadros da política no Brasil eram dirigentes do PT. E depois que nós ganhamos prefeituras, governos estaduais, elegemos deputados e eu ganhei a Presidência, grande parte desses quadros veio do PT e a direção ficou muito fragilizada", afirmou Lula.
A rádio CBN informa, no dia 18 de julho, que o tesoureiro afastado Delúbio Soares passou o dia anterior na sede do PT em São Paulo, mas não participou de reuniões, segundo os novos dirigentes petistas.
ATÉ OS ALIADOS DUVIDAM DA NOVA VERSÃO.
O Correio Braziliense – que sintetizou a combinação entre Marcos Valério e Delúbio Soares – relata que nem mesmo aliados do governo na CPI dos Correios acreditam na versão de Marcos Valério e do tesoureiro licenciado petista Delúbio Soares para as somas milionárias movimentadas pelo publicitário. Numa desastrada operação, já batizada de "Paraguai" - falsificação da farsa montada por Collor 15 anos atrás -, os dois afirmam que todo o dinheiro veio de empréstimos bancários feitos por empresas de Valério e repassados bondosamente para o PT. A intenção, supostamente, seria blindar o governo. Não blindou. E ainda irritou petistas, que se acham injustamente colocados sob suspeita, escreve.
DENÚNCIA ENVOLVE DINHEIRO DE FUNDOS DE PENSÃO.
Outras denúncias aparecem. A Folha de S. Paulo reporta, dia 17, que o sindicalista Neildo de Souza Jorge, filiado ao PT, afirma que o dinheiro de ao menos um fundo de pensão de funcionários de estatais foi usado para compor o "mensalão" - pagamento de parlamentares aliados - e cobrir gastos de campanha, informam Elvira Lobato e Leonardo Souza. Jorge diz que esquema montado por Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicação do PT comprava títulos públicos e os revendia com desagio a corretoras. Sereno nega.
PACOTE PARA DIRETOR DO BANCO DO BRASIL.
E, no dia 18, que o mensageiro Luiz Eduardo Ferreira da Silva, 40, que trabalha para a Previ, disse que foi a uma agência do Banco Rural, no Rio, para pegar um pacote em nome de Henrique Pizzolato, que se afastou do cargo de diretor de marketing do Banco do Brasil. Silva aparece no relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), como sacador, em 15 de janeiro do ano passado, de R$ 326.660,67 de uma conta da DNA Propaganda em uma agência do Banco Rural.
O jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, destaca que a versão do tesoureiro afastado do PT Delúbio Soares e do empresário Marcos Valério para as movimentações milionárias nas contas das empresas SMP&B e DNA se assemelha a um caminho clássico percorrido por lavadores de dinheiro no Brasil.
O PSDB e o PFL decidiram pedir ao Tribunal Superior Eleitoral a suspensão imediata dos repasses do Fundo Partidário ao PT, que avaliam em R$ 35 milhões neste ano. A decisão foi tomada devido à nova versão do publicitário Marcos Valério e de Delúbio Soares para explicar os saques milionários.
PROTEGIDOS PELO DIREITO DO SILÊNCIO.
O STF concedeu liminar aos dirigentes licenciados do PT, Delúbio Soares e Silvio Pereira, que garante que eles não serão presos caso se contradigam ou se recusem a responder às perguntas na CPI dos Correios, mesma providência tomada antes por Marcos Valério. O argumento aceito pelo STF é que a Constituição assegura a todas as pessoas o direito de ficar em silêncio quando houver risco de auto-incriminação em depoimentos. Procuradores da República suspeitam que Delúbio e o empresário Marcos Valério de Souza combinaram a defesa para tentar levar o caso exclusivamente para o âmbito eleitoral.
Para O Estado de S. Paulo, Lula endossa a farsa. A estranha entrevista que o presidente Lula concedeu em Paris contém indícios fortíssimos de que foi concebida para chancelar as declarações de Delúbio Soares e Marcos Valério, que conseguiu R$ 45 milhões para PT com garantia de estatais.
MULHER DE JOÃO PAULO SACOU DINHEIRO TAMBÉM.
O Globo revela que a CPI já sabe que a mulher do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) sacou cerca de R$ 50 mil da conta de Valério no Rural.
O ex-dirigente do PT do Ceará José Adalberto da Silva, preso com US$ 100 mil na cueca, deu a terceira versão para o caso: o dinheiro seria de um amigo em São Paulo, e juntos eles abririam uma pousada no Ceará.
O secretário-geral licenciado do PT, Sílvio Pereira, disse 19, na CPI dos Correios, que possuía uma lista com 5.000 indicações políticas para cargos no governo, mas que não decidia sobre nomeações.
RESUMO DO NOTICIÁRIO DO DIA 20 DE JULHO DE 2005.
Dados bancários provam dezenas de pagamentos a deputados. PT, PTB, PL e PP retiravam em torno de R$ 25 milhões. Mulher de João Paulo, ex-presidente da Câmara, sacou R$ 50 mil, segundo os jornais de 20 de julho de 2005. Entretanto, Os documentos relativos ao saque feito pela mulher do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), Márcia Regina Milanesi Cunha, na conta do empresário Marcos Valério na agência do Banco Rural de Brasília desapareceram da CPI dos Correios, fato confirmado pelo presidente da comissão, senador Delcidio Amaral. Secretário-geral licenciado do PT, Sílvio Pereira, nega-se a falar sobre o seu patrimônio. Há suspeita de que ele recebeu Land Rover de empreiteira. Executiva nacional do PT rejeita proposta de suspensão do tesoureiro licenciado do partido, Delúbio Soares, acusado de formação de Caixa 2, juntamente com o publicitário Marcos Valério. Juiz de Minas manda investigação de Marcos Valério – denunciado como “operador” do mensalão pago a parlamentares por apoio ao governo Lula e avalista do PT - para o STF (Supremo Tribunal Federal). CPI dos Bingos investiga ex-secretário de Ribeirão Preto (SP) durante a administração de Antonio Palocci.
21 DE JULHO DE 2005
CPI já identificou 46 pessoas e saques de R$ 25,5 milhões. Há suspeita de lavagem de dinheiro. Petistas querem explicação de João Paulo, ex-presidente da Câmara. Sócia de Duda Mendonça também recebeu de Marcos Valério. Empresas do publicitrário, considerado o operador do “mensalão”, movimentaram R$ 500 milhões sem origem. O tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares, que orientava os pagamentos de Valério, negou-se a dizer nomes de quem recebeu dinheiro. Depósitos para o Caixa 2 do PT foram feitos já no governo Lula.
22 DE JULHO DE 2005
Empreiteira da Petrobras confirma que pagou Land Rover do secretário licenciado do PT, Sílvio Pereira. Elo entre Delúbio Soares, José Dirceu e Roberto Jefferson com a Máfia do INSS é investigado. Deputado do PFL diz que Marcos Valério, o avalista do PT, intermediou doação de campanha da Usiminas. Valério é suspeito de ordenar espancamento de funcionário. Nome de José Mentor, o da CPI do Banestado, também aparece nos saques de contas do publicitário. Outra denúncia: PT e PL drenaram dinheiro de fundo de pensão. PT gaúcho não declarou contratação de Duda Mendonça. Banco Central vasculha contas de 22 pessoas físicas e jurídicas.
23 DE JULHO DE 2005
Em meio às denúncias de corrupção, “mensalão”, Caixa 2, contra o PT e o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que "não vai ser a elite brasileira que vai fazer eu (sic) baixar a minha cabeça". Enquanto isso, o tesoureiro licenciado do PT, Delúbio Soares, acusado de ser o operador do “mensalão” juntamente com o publicitário e avalista do partido, Marcos Valério, admite para amigos que passará quatro meses na cadeia por crime eleitoral – a estratégia dele para tanta movimentação de milhões de reais. Sílvio Pereira, que era secretário geral licenciado do partido, pediu desfiliação e desculpa depois de admitir ter ganho um jipe Land Rover, do empresário César de Oliveira, da GDK, empreiteira que mantém contrato com a Petrobrás. Policial civil diz à PF que levava dinheiro sacado de contas de Marcos Valério em caixas de camisa e de sapato.
24 DE JULHO DE 2005
Lula mantém aprovação, mas crise já afeta sua imagem e 78% acham que há corrupção no governo. Petistas negociam cassação de caciques do partido. Veja escreve que Marcos Valério, o avalista do PT, chantageia o governo: quer R$ 200 milhões para ficar calado. Revista revela que José Dirceu e Sílvio Pereira intermediaram negócios na Petrobras. Dirceu critica a imprensa, dizendo-se vítima de linchamento.
25 DE JULHO DE 2005
Marcos Valério, avalista do PT, mandou dinheiro para o exterior e, portanto, mentiu em seu depoimento para a Polícia Federal. A influência do petista Marcelo Sereno nos fundos de pensão. Ex-secretária é convidada a posar para a Playboy. “Antes nua que corrupta”, foi o slogan sugerido a ela. Deputado coloca em dúvida dados de contas de Valério. Diante da crise, Lula pede apoio de sindicalistas e movimentos populares.
26 DE JULHO DE 2005
CPI está perto de confirmar o pagamento de “mensalão” para parlamentares darem apoio ao governo. Saques já identificados ultrapassam R$ 35 milhões. Entidades do judiciário também receberam de agência de publicidade. É a vez da mulher de Marcos Valério depor, obrigada a responder. Roberto Jefferson mantém José Dirceu na mira. Esquema de Valério, operador e avalista do PT, foi usado em 1988 por tucanos de Minas.
27 DE JULHO DE 2005
Mulher do publicitário Marcos Valério (o avalista e operador do PT, em conjunto com Delúbio Soares) afirma que José Dirceu reuniu-se com bancos para tratar de empréstimos repassados ao partido. Ele nega. Levantamento parcial revela: mais de R$ 450 milhões de saques feitos em contas de empresas Valério, em três bancos, estão sem a identificação de quem pegou o dinheiro. CPI vai decidir sobre convocação de Dirceu e pedido de prisão do empresário. STF atende a pedido do Ministério Público e amplia investigações, começando pelo segundo mandato de FHC. Ele escreve “a crise é hoje”. Pesquisa revela que Lula é considerado o político mais honesto do Brasil, mas empata com outros, entre famílias de renda melhor.
28 DE JULHO DE 2005
CPI pede a prisão de Marcos Valério, denunciado como operador do mensalão, depois que ele teve tempo de acertar defesa com Delúbio Soares, o tesoureiro licenciado do PT. A quebra de seus sigilos recua a 1997. Decisão sobre convocação de José Dirceu é adiada. Assessor de ex-líder do PT na Câmara também fez saques suspeitos. Empresas de Daniel Dantas pagaram R$ 127 milhões para agência de Valério – só um terço em anúncios. Saques de instituto vinculado à Confederação Nacional do Transportes são investigados. Operador de corretora de câmbio sacou R$ 6 milhões. Lula se diz indignado com denúncias de corrupção e Nelson Jobim alerta oposicionistas sobre a crise.
29 DE JULHO DE 2005
Denúncias de caixa 2, “mensalão” para parlamentares, corrupção saltaram de uma propina de R$ 3 mil para a estimada e gigantesca soma de R$ 4 bilhões. Jornal Correio Braziliense, com a manchete “Operação pizza”, escreve que o prato da impunidade está no forno. Procurador-geral da República quer mais provas contra o publicitário Marcos Valério, operador de milhões e avalista do PT, ao lado do tesoureiro licenciado do partido, Delúbio Soares. Havia superfaturamento em contratos dos Correios. Lula ameniza discurso sobre denúncias e crise política, ao afirmar que economia brasileira é “muito vulnerável”; Henrique Meirelles, do Banco Central, discorda. Diante da crise, o Planalto aceita negociar um pacto com parlamentares e empresários para proteger a economia.
30 DE JULHO DE 2005
Assessor do PP afirma que Marcos Valério pagou a cúpula do partido e que levava o dinheiro em malas para o Congresso. Presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, propõe acordo para evitar cassações. Relator da CPI, deputado Osmar Serraglio, diz que "não tem como acabar em pizza". O deputado João Magno de Moura (PT-MG) admite que recebeu dinheiro de Valério, mas que "tem muito mais gente também".
31 DE JULHO DE 2005
Doze mandatos ameaçados de cassação e 19 tipos de crimes já identificados nas denúncias de corrupção política. O operador de milhões e avalista do PT, Marcos Valério, vai apresentar provas de que o ex-ministro José Dirceu tinha conhecimento dos empréstimos milionários concedidos ao partido. Avalanche de denúncias de corrupção, Caixa 2, mensalão” produz limites para acordão, diante da atual crise brasileira. Ligação entre assessor de José Dirceu e Marcos Valério é investigada. Dirceu nega relação. Revista Veja confirma tráfico de influência de amigos de Dirceu na Petrobrás. PTB e PT disputavam postos-chaves de liberação de cargas no Rio.
1 DE AGOSTO DE 2005
Marcos Valério revela que bancos beneficiaram José Dirceu. E diretora de agência confirma pagamento a assessor do ex-ministro e revelará 52 nomes envolvidos no “valerioduto”. PP teria recebido mais de R$ 4 milhões de agência, além do saque feito no Banco Rural. Relator de CPI considera depoimento de Dirceu inevitável. Cai a tese de uso de dinheiro para socorro de partidos. Governo quer diminuir holofotes sobre casos de corrupção evidenciados pela CPI.
2 DE AGOSTO DE 2005
Milhões de reais clandestinos para parlamentares: Valdemar Costa Neto, do PL, renuncia para escapar de punição maior. Ele é dono de empresa que sacou R$ 7 milhões das contas de Marcos Valério, operador de milhões e avalista do partido, em acordo com o tesoureiro afastado Delúbio Soares. Conheça nas manchetes do dia os nomes dos parlamentares envolvidos em denúncias com o “mensalão”. José Dirceu depõe e Roberto Jefferson o desafia a negar existência da mesada. Outro assessor do petista João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal, também tirou dinheiro das contas do publicitário. Ex-mulher de Dirceu, que se diz usada por Valério, recebeu sua ajuda para ter emprego e comprar apartamento. Valério disse que apresentará fatos novos e recepção do Planalto revela que ele foi doze vezes à Casa Civil no período de José Dirceu. Lula criticou Delúbio, disse não ter "rabo preso" e assegurou que as denúncias não chegarão a ele.
3 DE AGOSTO DE 2005
Deputado Roberto Jefferson, pela primeira vez, envolve Lula nas denúncias contra o PT e o governo. José Dirceu nega que PT e PTB foram negociar com Portugal Telecom operação para quitar dívidas dos partidos.O presidente da Casa da Moeda, Manoel Severino, recebeu R$ 2,67 milhões, que iriam para o PT do Rio. O deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoino, teria sacado R$ 250 mil. A defesa do PT no caso Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado em 2002, foi paga pelo empresário Marcos Valério de Souza. Dinheiro dele também pagou serviço da campanha de Lula. Agência de Duda sacou R$ 15,5 milhões em ano não-eleitoral.
4 DE AGOSTO DE 2005
Marcos Valério foi negociar com a Telecom, em Lisboa, como “consultor de Lula”. Ex-ministro José Dirceu omitiu na CPI encontro que teve com dirigente do Banco Espírito Santo, acionista da Telecom. Cai presidente da Casa da Moeda. Dinheiro para o PT sai da agência de Valério como "extras". Tesoureiro afastado do partido foi avalista do publicitário. Senador tucano pede para Lula parar de fingir que não tem nada a ver com isso.
5 DE AGOSTO DE 2005
Marcos Valério afirma que ex-ministro José Dirceu sabia de todas as operações. Roberto Jefferson revela operação na Eletronorte, volta atrás e isenta Lula na denúncia que envolve a Portugal Telecom. GTech acusa ex-assessores de Dirceu e do ministro Antonio Palocci de tentativa de extorção. CPI evita quebrar sigilos de fundos de pensão.
6 DE AGOSTO DE 2005
Processo de cassação pode atingir 18 deputados federais , incluindo Roberto Jefferson e José Dirceu. Banco português apelou a publicitário para ter audiência no Planalto. Coordenador de Comissão de Ética do PT deixa o cargo. Partido avalia só agora afastamento de Delúbio Soares, ex-tesoureiro e alvo das principais denúncias. Primeira prisão com mala de dinheiro aconteceu em 2003. Senadores petistas dizem que escândalo atinge governo. Presidente Lula diz que crise é menor do que muitos gostariam.
7 DE AGOSTO DE 2005
José Dirceu ainda controla as forças do PT, que não consegue abrir caixa-preta de Delúbio Soares. Lista de saques nas contas de Marcos Valério coincide com as principais vitórias de Lula no Congresso. O ex-tesoureiro pediu afastamento do partido. Marcos Valério fez proposta considerada indecente na Portugal Telecom. Repasses de campanha podem complicar situação da agência de Duda Mendonça. Empresas de Daniel Dantas depositaram R$ 127,4 milhões nas contas de Valério.
8 DE AGOSTO DE 2005
Líder do PT afirma que alguns do partido escondem a verdade sobre as denúncias. Marcos Valério vai reafirmar que José Dirceu era o avalista político de todas as operações. Revista Veja publica os 100 fatos e as mentiras mais absurdas ditas para esconder a corrupção. E que Roberto Jefferson tentou chantagear ex-tesoureiro, afastado do PT. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral defende punição mais rígida para crimes eleitorais. Esquerda petista denuncia "acobertamento" de deputados e dirigentes que receberam dinheiro das contas de Marcos Valério. Dirigente partidário quer punição branda para o caixa dois. Senador eleva o tom de críticas a Lula. Época escreve que dinheiro de Valério foi usado na campanha de Lula.
9 DE AGOSTO DE 2005
Manobra de Severino tira José Dirceu da primeira lista de cassações. Esquema relacionado ao “mensalão” tem R$ 8 milhões no exterior. Valerioduto pagou prostitutas. Presidente do PT, Tarso Genro, diz que Dirceu ameaça transição no partido. Doleiro fazia ligação com Duda, segundo Marcos Valério. Estudantes jogam laranjas em Roberto Jefferson. Suspeita de caixa 2 também na campanha do petista Jorge Bittar, no Rio de Janeiro.
10 DE AGOSTO DE 2005
Marcos Valério, em seu terceiro depoimento a parlamentares, afirma que José Dirceu era o "avalista superior" dos empréstimos para financiar o PT e seus aliados. Ele entregou lista de tucanos mineiros que receberam dinheiro em 1998 e apresentou recibo de que pagou Duda Mendonça. Na crise atual, Pedido de cassação de Dirceu é enviado. Lula admite que a crise é grave. Denunciada ação de Sereno em fundo de pensão. CPI dos Correios convoca Luiz Gushiken, que cuidava da publicidade do governo, alvo das investigações. Acusado de tentativa de extorção, Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci, se complica na CPI dos Bingos.
11 DE AGOSTO DE 2005
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) divulga lista apócrifa de sacadores de dinheiro, estimulado por José Dirceu. Presidente do PT, Tarso Genro, afirma que o partido agia como “ministério sem pasta” no governo Lula. CPI quer investigar pagamento de dívida de Lula pelo PT e suspeita que Banco Rural fraudou documentos sobre movimentação financeira das empresas de Marcos Valério, o avalista do partido. Falta a origem de pelo menos R$ 11,8 milhões em cerca de 50 movimentações, mas o banco nega.
12 DE AGOSTO DE 2005
O tema impeachment – impedimento – de Lula entra na crise política, agora que Duda Mendonça revela que recebeu, em paraíso fiscal, pagamento de campanhas do PT. Confissão enfraquece versão de empréstimo ao partido. José Dirceu afirma que Impeachment traria convulsão social. O arcebispo d. Geraldo Majella Agnelo pede que Lula se explique à Nação. Deputado petista que pegou carona com Marcos Valério, o avalista do partido, deixa direção de CPI dos Correios. Valério quer acareação com Duda. CPI dos Bingos investiga: Buratti telefonava para Antonio Palocci e para a cafetina.
13 DE AGOSTO DE 2005
O presidente Lula pede desculpas no plural; até o presidente do PT, Tarso Genro, achou discurso insuficiente. Valdemar Costa Neto afirma que Lula sabia de caso de negociação envolvendo dinheiro do caixa dois do PT em troca de apoio político. Lula nega. PF vai recorrer ao FBI para rastrear caixa 2 que pagou Duda Mendonça no exterior. Novo alvo de CPIs: Prefeituras petistas. Hugo Chávez, da Venezuela, visita Lula e afirma que direita é culpada de fomentar crise. Presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, diz que não há razão para impeachment de Lula.
14 DE AGOSTO DE 2005
Personalidades ouvidas pela Folha de S. Paulo consideram que não há motivos ainda para um processo de impeachment contra Lula. Doleiro preso quer depor sobre dinheiro do PT. Marcos Valério pagou ao partido mais do que tomou emprestado. Caixa 2 de corrupção e sonegação de impostos soma mais de R$ 1 trilhão por ano no Brasil.
15 DE AGOSTO DE 2005
Depois das denúncias de “mensalão”, Marcos Valério procurou lobista para “esquentar” R$ 40 milhões que estariam no exterior. Começa o processo de cassações. Escândalos paralisam o governo Lula, que tem dois planos para enfrentar a crise. Ele atribui irregularidades a “certos companheiros”. Parlamentares querem ouvir o que sabe o doleiro Toninho da Barcelona, preso em Avaré. Sugerida investigação de empreiteiras e bancos nas campanhas políticas.
16 DE AGOSTO DE 2005
O PT ainda discute a expulsão de Delúbio Soares, um dos principais envolvidos no escândalo de milhões de reais para políticos. Cúpula do PT pediu para Marcos Valério, avalista do partido, silenciar sobre os empréstimos. Desaparecem notas fiscais de agência de Valério. Polícia pede bloqueio de conta de Duda Mendonça nas Bahamas, usada para receber dinheiro por campanha petista. Depósitos passaram por 21 empresas ou bancos. CPI dos Correios investiga outra conta dele referente ao tempo de Paulo Maluf. Impeachment: oposição baixa o tom; Lula decide que não precisa se explicar mais.
17 DE AGOSTO DE 2005
Doleiro que está preso diz ter provas de que PT mandou dinheiro ao exterior. Tesoureiro informal do PTB também compromete ex-ministro José Dirceu. Manifestação de apoio ao governo Lula fica abaixo das expectativas. Polícia intima Delúbio Soares, que cuidou da distribuição de milhões para a política, a depor na CPI do Mensalão.
18 DE AGOSTO DE 2005
Maurício Marinho, pivô da crise, confirma esquema de corrupção nos Correios. Preso integrante de lista de doleiros que pode desvendar esquema montado pelo PT e Marcos Valério no exterior. O PT pede desculpas ao Brasil. Segundo Lula, querem jogar os erros para dentro do Palácio, referindo-se às denúncias de corrupção. Manifestação contra o presidente em Brasília. Advogado de Duda afirma que é improvável que ele tenha recebido de Paulo Maluf no exterior, como aconteceu com a campanha do PT. Ex-assessor do ministro Antonio Palocci em Ribeirão Preto é preso, acusado de formação de quadrilha e suspeita de eliminar provas de lavagem de dinheiro.
19 DE AGOSTO DE 2005
Manchete do Jornal do Brasil: Cheiro de pizza no ar. Campanha de Lula teve dinheiro de caixa dois, conta o petista Delúbio Soares. Nem o presidente do PT considera que ele é o único responsável por ilegalidades no partido e no governo. José Dirceu estaria prestes a apresentar nova versão sobre os empréstimos petistas. Outra denúncia: ex-militante do partido diz que Delúbio usou repasses do FAT (Fundo de Assistência ao Trabalhador) para fortalecer grupo de Lula nos anos 90. Governistas evitam convocações na CPI dos Correios. Governo vai dispensar serviços de Duda Mendonça. Doleiro brasileiro preso em Praga era do soçaite. CPI dos Bingos convoca irmão de Celso Daniel, prefeito petista assassinado. Ex-assessor do ministro Antonio Palocci em Ribeirão Preto quer benefício de delação premiada.
20 DE AGOSTO DE 2005
Ex-secretário municipal de Governo de Antônio Palloci envolve o hoje ministro em corrupção. Palloci nega. Dinheiro pago por empresas de coleta de lixo teria sido repassado a Delúbio Soares, então tesoureiro do PT. A CPI dos Correios não conseguiu identificar a origem de R$ 32,27 milhões de Marcos Valério, avalista do partido.
21 DE AGOSTO DE 2005
O ministro da Fazenda, Antonio Palloci, mostrando-se tranqüilo, rechaçou em entrevista coletiva, neste domingo, denúncia de corrupção feita por Rogério Tadeu Buratti, seu ex-secretário de Governo na Prefeitura de Ribeirão Preto. Disse que permanecerá no cargo por decisão do presidente Lula. Governo quer acordo com oposição para blindar Palloci, desacreditar denúncias e limitar luta política. Ministério Público tem gravações que relacionam homens de confiança do ministro na rede de tráfico de influência montada por Rogério Buratti, que se beneficia de delação premiada. Depoimento de Daniel Dantas atemoriza governo e oposição. Revistas semanais revelam o ministro Antonio Palloci no centro da crise brasileira.
22 DE AGOSTO DE 2005
Palocci nega acusações, diz que fica, que economia não muda, mas que não é insubstituível. Ministério Público já reuniu "fartas provas" sobre fraudes em licitações de admnistrações da prefeitura de Ribeirão Preto, inclusive na de Palloci, diz procurador-geral de Justiça do Estado de S. Paulo. Ministro omitiu contrato sobre aterro sanitário e coleta de lixo hospitalar, que assinou com a Leão & Leão, segundo o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. A Leão & Leão teria pago propina mensal em Ribeirão Preto.
23 DE AGOSTO DE 2005
José Dirceu, para defender mandato de cassação, adota tese contrária a ministros do Supremo e consultoria da Câmara Federal. Prefeitura administrada por Palloci teve nove contratos com empresa suspeita de corrupção, segundo César Maia. Ministro omitiu que assinou contrato com a Leão Leão. Mercado se acalma com explicações de Palloci, mas espera depoimento de Rogério Buratti, seu ex-secretário. Para Lula, Palocci mostrou a 'segurança de um inocente'. Oposição suspeita que investimentos de US$ 2,5 bilhões do BNDES na América Latina sejam a origem do caixa 2 montado pelo PT no exterior.
24 DE AGOSTO DE 2005
O petista Marcelo Sereno, sub de José Dirceu, no ministério de Lula, negociava com o publicitário Marcos Valério no Palácio do Planalto.Presidente do PL diz que usou os R$ 6,5 milhões que recebeu de Valério na campanha de Lula à Presidência. Ele disse que Lula tinha conhecimento de tudo. CPI é pressionada a ouvir o banqueiro Daniel Dantas. No meio do escândalo, ameaçado de cassação, Dirceu enfrenta Tarso Genro. Lula articula ainda a expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares do PT, um dos principais denunciados pela atual crise. Escândalo derruba aprovação de Lula. Chico Buarque lamenta: “a alma do país está ferida”.
25 DE AGOSTO DE 2005
Ex-secretário municipal, Rogério Buratti, que denunciou corrupção na administração de Antonio Palloci em Ribeirão Preto, depõe hoje. Novos dados indicam suas conversas com dois auxiliares próximos do hoje ministro da Fazenda. CPI dos Correios quebra sigilo dos fundos de pensão para apurar se houve relação deles com os R$ 55 milhões repassados ao PT por meio de empréstimos feitos por Marcos Valério, avalista do partido, no Banco Rural e no BMG. Auditoria do governo no fundo de pensão Núcleos apontou 30 indícios de irregularidades entre agosto de 2003 e dezembro de 2004, já na gestão Lula. Comissão da Câmara Federal vai ouvir Antoninho Trevisan sobre contrato da Telemar com empresa do filho de Lula. Tribunal de Contas vai auditar saques em dinheiro com cartões de crédito feitos pelo governo. Relator recomendará cassação de Roberto Jefferson. Deputado federal José Dirceu – alvo maior do escândalo - insiste em concorrer à direção do PT, contrariando Tarso Genro. Frei Betto, amigo pessoal de Lula, afirma que pequeno grupo de dirigentes petistas “atolou pé e alma na corrupção”.
26 DE AGOSTO DE 2005
O ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, revela empresas que participavam de esquema de propinas na estatal. Disse que recebeu cerca de R$ 20 mil – foi filmado pegando R$ 3 mil, o que abriu a temporada do escândalo brasileiro em maio. Em razão das denúncias de corrupção, Lula afirma não vai repetir Getúlio, nem Jânio, nem Jango. Terá a paciência de Juscelino. O ex-presidente FHC considera difícil que Lula ignorasse casos de corrupção. Rogério Buratti reafirmou a acusação de que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) recebia propina de R$ 50 mil mensais de empresa de lixo quando era prefeito de Ribeirão Preto (SP). Ex-ministro Luiz Gushiken, o banqueiro Daniel Dantas e o doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona são convocados para depor na CPI dos Correios. Empresas de Dantas pagaram R$ 145 milhões às agências de Marcos Valério, o avalista do PT. A CPI amplia a quebra de sigilos de movimentações financeiras e aplicações de fundos de pensão. Justiça investiga obra inexistente da gestão Palocci.
27 DE AGOSTO DE 2005
Notas frias justificariam saques com cartões da Presidência da República. Ciro Gomes, ao lado de Lula, diz que fizeram coisa “muito feia, muito suja”, ao falar das denúncias de corrupção. Conta do PT tem registros de depósitos, em dinheiro, de R$ 3,280 milhões. Presidente interino do partido, Tarso Genro pode deixar Campo Majoritário, ala que controla o PT. CPIs que apuram escândalo – Correios, Mensalão e Bingos – estão ameaçadas pela desorganização e guerra de egos. CPI busca explicação detalhada sobre a dívida de R$ 29.436,26 de Lula com o PT.
28 DE AGOSTO DE 2005
Ex-ministro José Dirceu, alvo de cassação, não quer assumir erros e estaria a beira de colisão com Lula. Auditorias acham 525 tipos de irregularidades nos Correios. Projeto orçado em R$ 861 milhões, passou a custar R$ 4,3 bilhões, uma variação inexplicável. Rogério Buratti, ex-secretário municipal do hoje ministro Antônio Palloci Filho, diz ser fácil provar propina em Ribeirão Preto. Ministério Público encontrou irregularidades nos contratos de coleta de lixo de mais seis cidades paulistas administradas por petistas. Citibank ganhou um presente bilionário dos fundos de pensão. A rota do PTdólar. Lista de cassações de Osmar Serraglio, da CPI dos Correios, tem 17 nomes, que ainda passará pela CPI do Mensalão. Comissão de Ética da Câmara pisa em ovos. Brasil tem as campanhas eleitorais mais caras do mundo.
29 DE AGOSTO DE 2005
Relatório deixa claro que havia corrupção nos Correios. Até agora o PT fez praticamente nada para punir os acusados de envolvimento em corrupção e crime eleitoral. Relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio, sofre pressões para tirar nomes de listas de cassações. Voto secreto para cassações indica manobra para evitar punição de parlamentares. Pedido de cassação de Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão, será lido hoje.
30 DE AGOSTO DE 2005
Relatório que pede cassação de Roberto Jefferson afirma que houve um esquema de corrupção envolvendo o PT, Jefferson e deputados aliados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, diz que “mensalão” não existe; Delcídio Amaral, chefe da CPI dos Correios, afirma: depende. PT: Tarso sai, Berzoini entra e José Dirceu – alvo de cassação de mandato - continua mandando. Palácio do Planalto terá seu próprio relatório sobre as investigações das denúncias de corrupção no governo e no Congresso.
31 DE AGOSTO DE 2005
Leão Leão, em Ribeirão Preto, fez transferências de R$ 50 mil por mês, sempre no dia 15, em 2002, fato que coincide com declaração de Rogério Buratti, ex-secretário municipal de Governo na administração de Antonio Palocci Filho. O corretor José Carlos Batista diz na CPI do Mensalão que, desde 2002, levava dinheiro em espécie quase toda a semana para representantes do PT e do PL. Entre 18 parlamentares, relator apontará José Dirceu como chefe da corrupção. Nova denúncia revela que Dirceu levou R$ 300 mil em espécie a comitê da campanha no Paraná em setembro do ano passado; ele nega. Reação a Severino Cavalcanti – que propõe pena branda para punir denunciados – cresce, mas dúvidas sobre “pizza” permanecem. Paulo Okamotto, que afirmou ter pago um empréstimo de R$ 29,4 mil concedido pelo PT ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é convocado pela CPI dos Bingos.
1 DE SETEMBRO DE 2005
Oitenta e oito dias depois de Roberto Jefferson denunciar o mensalão, relatório de CPIs que investigam escândalo pede a cassação de 18 deputados. Polícia Federal vai indiciar José Genoino, Duda Mendonça, Delúbio Soares e Marcos Valério. Irmão de Celso Daniel – prefeito petista assassinado – vai tentar convencer que um complô político matou seu irmão, então prefeito de Santo André. Congresso aproveita crise, derruba veto de Lula e aumenta os próprios gastos.
2 DE SETEMBRO DE 2005
João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, acusou o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, de receber propina de empresas e repassá-la ao deputado José Dirceu (PT). Morte de Celso Daniel teria custado R$ 1 milhão. O chefe-de-gabinete do Ministério da Fazenda, Juscelino Dourado, envolvido nas acusações de Rogério Buratti, pediu demissão. Proposta a cassação de Roberto Jefferson, deputado que revelou o "mensalão". Ele promete revelar destino dos R$ 4 milhões recebidos do PT. CPIs acusam 18 outros deputados - como José Dirceu - de "conjunto de crimes políticos expressivos".
3 DE SETEMBRO DE 2005
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, subavaliou imóveis em nome dele. Um apartamento que ele comprou foi registrado com o valor de R$ 57,70. Parlamentares movimentam-se para afastar presidente da Câmara Federal, envolvido em denúncia de propina. Polícia Federal faz buscas em empresas ligadas a Duda Mendonça. Vice-presidente anuncia que vai deixar o PL. O presidente Lula quer que as CPIs (dos Correios, do Mensalão e dos Bingos) terminem logo os trabalhos. Os deputados do PT envolvidos no mensalão não devem ser punidos pela atual diretoria. Dirigente do PP, Ricardo Barros, denuncia fraude em defesa de mandato do presidente do partido, Pedro Corrêa, e do líder na Câmara, José Janene. Na crise, parlamentares tiram semana de folga.
4 DE SETEMBRO DE 2005
Como funciona a FR, a empresa das notas frias do Palácio do Planalto, segundo investigação da revista Dinheiro. Jânio de Freitas escreve que aparece outra conta de Marcos Valério, o avalista do PT. Caixa dois é grave, sim, diz juiz. 90% dos eleitores não confiam nos políticos. O "mensalinho” de Severino Cavalcanti. José Dirceu manda recados. Ameaças, chantagens e brigas para definir quem perde o mandato por denúncias de corrupção, falta de decoro, etc. Mensagens eletrônicas do banqueiro Daniel Dantas (Opportunity) revelam ingerência do governo sobre os fundos de pensão. Deputados querem ouvir presidente do Citibank sobre contrato suspeito. Liminar impede expulsão de Delúbio Soares, que se apresenta como único responsável pela distribuição de milhões de reais ao PT e aliados do governo. Desde o início da crise, há três meses, nenhum dirigente petista foi punido. E a reforma política morre antes de nascer.
5 DE SETEMBRO DE 2005
Ex-gerente de uma gráfica de Ribeirão Preto, confirmou que as campanhas do PT foram pagas pela Leão Leão, responsável pela coleta de lixo na cidade. A Receita Federal já abriu 36 fiscalizações para investigar empresas e pessoas físicas envolvidas nas denúncias das CPIs do Mensalão, dos Correios e dos Bingos e tentar descobrir a fonte do "mensalão. Até Paulo Maluf se sente desconfortável no PP, aliado do PT na crise. Oposição que elegeu Severino Cavalcanti – que enfrenta denúncia de receber propina -, agora quer derruba-lo da presidência da Câmara.
6 DE SETEMBRO DE 2005
Revista Veja divulga que revelará documentos que comprovam denúncia contra o presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti. Empresário nega ter pago 'mensalinho' a Severino, que ameaça adversários. Advogado do denunciante ressalva que ele falou sem pensar. Oposição quer derrubar Severino, fato que preocupa o PT e o governo Lula. Polícia Federal faz devassa em empresas de Duda Mendonça. Doleiro disse ter transferido cerca de US$ 250 milhões para contas dos ex-prefeitos de São Paulo, Paulo Maluf e Celso Pitta no exterior. Segundo Lula, quem especulou com a crise "caiu do cavalo".
7 DE SETEMBRO DE 2005
Documento, disquete e declaração à Polícia Federal complicam o presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, no caso da propina de R$ 10 mil mensais. Desde 2003, Delúbio Soares, o distribuidor de milhões de reais para o PT e aliados, ligou 121 vezes para o Palácio do Planalto – 37 delas para o então ministro José Dirceu. Ramais da Presidência foram acionados 126 vezes por Marcos Valério, o avalista do PT, que fez ligações para 19 ministérios. Volta à cena Roberto Marques, assessor de Dirceu ou o homônimo, que recebeu R$ 50 mil de Marcos Valério, o avalista do PT. Procurador vai recomendar prisão preventiva de Paulo Salim Maluf. Em São Paulo, teve passeata contra a corrupção. Desenvolvimento humano brasileiro está estagnado – em nenhum país renda é tão desigual. Lula fará pronunciamento na televisão hoje à noite.
8 DE SETEMBRO DE 2005
Severino Cavalcanti, presidente da Câmara Federal, dá três versões sobre documento relacionado à denúncia de propina contra ele. Denunciante deu o nome de duas testemunhas que podem confirmar o pagamento de propina. Oposição vai pedir cassação de Severino. CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos estão praticamente paradas nesta semana em razão de feriado. Lula disse que não admitirá "contemporização ou acordo subalterno" para evitar punições aos políticos envolvidos em casos de corrupção. Vaias e aplausos para o Presidente, no desfile de Sete de Setembro.
9 DE SETEMBRO DE 2005
Empresário confirma que pagou propina ao presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, que caminha rumo à cassação. José Dirceu pede para ser ouvido em CPI e escamoteia a verdade sobre atribuição da comissão, segundo O Estado de S. Paulo. Maurício Marinho, estopim inicial da crise, foi demitido pelos Correios por justa causa. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do ex-prefeito de São Paulo Paulo Salim Maluf e de seu filho Flávio. O doleiro Vivaldo Alves, ouvido na Polícia Federal, disse disse ter movimentado em conta nos EUA US$ 161 milhões supostamente pertencentes aos Maluf, que negam.
10 DE SETEMBRO DE 2005
Depois de Valdemar Costa Neto, outros ameaçados de cassação começam a pular do barco. Carlos Rodrigues, ex-“bispo”, vai renunciar em meio às denúncias de corrupção, iniciadas em maio. CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos perdem espaço para denúncia contra presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti. Oposição que o elegeu já prepara seu pedido de cassação de mandato. Ele aceita pedir licença do cargo. Paulo Maluf e companhia agora são réus dos crimes de evasão de divisas, corrupção passiva e formação de quadrilha.
11 DE SETEMBRO DE 2005
Político há mais tempo acusado de corrupção na história do país, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, é preso. Ele divide cela com o filho Flávio. Fundo partidário pagou viagem de parentes de Lula e de Palocci, situação considerada irregular. A venda da Telemig uniu Daniel Dantas, Marcos Valério, avalista do PT, e parte da cúpula do partido. Caso de propina para Severino Cavalcanti vai atrasar início dos processos de cassação dos parlamentares envolvidos no “mensalão”. Istoé mostra que no país do "mensalão", cadeia é para quem furta frango, xampu e até capim.
12 DE SETEMBRO DE 2005
Prova contra Severino Cavalcanti é questionada por especialista de Pernambuco. Outro perito afirma que não há evidência de montagem do documento. Severino diz que não vai renunciar e que tem o apoio do governo Lula. Paulo Salim Maluf e o filho Flávio, presos, recebem tratamento diferenciado na Polícia Federal. Oposição reage às denúncias sobre o pagamento de passagens aéreas a familiares do presidente Lula e do ministro Antonio Palocci com o dinheiro do Fundo Partidário.
13 DE SETEMBRO DE 2005
Escândalo de denúncias de corrupção completa 100 dias hoje. CPIs retomam trabalhos. Petistas negam apoio para pedido de cassação do presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, e manobram para retardar temporada de cassações endossada pela Comissão de Sindicância. Empresário entrega extrato bancário como prova de propina para Severino. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Humberto Gomes de Barros, classificou como "desvio de dinheiro público" o uso do fundo partidário pelo PT para passagens aéreas. Justiça Eleitoral faz mea culpa por falhas na fiscalização do uso de caixa dois por partidos.Presos na Polícia Federal em São Paulo, o ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio perderam regalias.
14 DE SETEMBRO DE 2005
Roberto Jefferson, às vésperas de provável cassação, promete novas revelações. Cinco partidos pedem cassação do presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, denunciado por receber proprina de restaurante. Ex-presidente do PT, José Genoino, afirma desconhecer negócios de Delúbio Soares, o tesoureiro afastado do partido, denunciado no escândalo do “mensalão”. Denúncia envolve agora o irmão do Ministro da Fazenda. A CPI dos Bingos convocou para depor Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula. Pesquisa revela que reprovação a Lula subiu de 30,2% para 39,4%. Contrato dos Correios teve superfaturamento de R$ 63 milhões.
15 DE SETEMBRO DE 2005
A suprema pizza, segundo o Correio Braziliense: Decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, atrasa processo para cassar petistas. O estopim da revelação de escândalos de corrupção, deputado federal Roberto Jefferson, tem mandato cassado e acusa o presidente Lula por crime de omissão. Suplemente de Jefferson, médico Fernando Gonçalves, foi acusado de fraude. Empresário apresenta cópia de cheque de R$ 7.500, usado para dar parte de propina ao presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti; agora restam-lhe renúncia ou cassação. Joaquim Roriz, de Brasília, determina o afastamento de chefe de gabinete assaltado com R$ 580 mil em mala. Luiz Gushiken bate boca em CPI com oposicionistas. Na ONU, Lula é cobrado pela crise que ofuscou a mobilização contra a miséria.
16 DE SETEMBRO DE 2005
Liminar do Supremo Tribunal Federal dá mais tempo para parlamentares ameaçados de cassação por causa do “mensalão” do PT e partidos aliados. Depoimentos reforçam a tese de que o prefeito assassinado Celso Daniel (PT) participou de esquema de corrupção na prefeitura de Santo André. Severino Cavalcanti quer conversar com o presidente Lula antes de decidir se renuncia ao cargo ou ao mandato. Governistas impedem convocação de irmão de Antonio Palocci.
17 DE SETEMBRO DE 2005
A Polícia Federal encontra "indícios veementes de crime" cometido pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), acusado de receber dinheiro para prorrogar a concessão dos restaurantes da Câmara. Ele sai, mas barganha cargos no governo. Censura de faixas em evento que Lula presidiu. Líder da bancada do PP na Câmara dos Deputados, José Janene é acusado de ter desviado R$ 7,8 milhões da prefeitura de Londrina, entre 1997 e 1999.
18 DE SETEMBRO DE 2005
Contas mostram farra do PT com o Fundo Partidário. Partido vai às urnas sob suspeita de fraude. A eleição acontece depois do escândalo de corrupção que afastou José Genoino e Delúbio Soares, envolvidos nos esquemas de mensalão e caixa dois. CPI dos Bingos quer investigar a relação de Adhemar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, com seguradora. O super mensalão de Janene - R$ 7.784.636,07. Investigação revela que Duda Mendonça remeteu R$ 10 milhões, recebidos de Paulo Maluf e Antônio Britto, fora do país, em 1998. Depoimentos inéditos descrevem propina na prefeitura de Celso Daniel. Carlos Batata, suplente de Severino Cavalcanti, que pode renunciar ou ser cassado, passou 14 cheques sem fundos. PF busca elo entre doleiro de Collor e PT. Investigação tem por objetivo fazer o ex-prefeito Paulo Maluf e sua família devolverem R$ 5 bilhões aos cofres públicos. Receita e PF identificam sonegação de R$ 900 milhões.
Diante de tudo que você pôde observar, o que me diz. A culpa é nossa?
(Por: Joel Gomes - às 12:10h)